Cutia, um roedor lucrativo!

A cutia, pertencente ao gênero Dasyprocta, é um mamífero de pequeno porte, medindo entre 50 a 60cm, e pesando entre 1 a 3 kg, contendo uma cauda rudimentar. Sua coloração geralmente é marrom-avermelhada, sendo o lado ventral mais claro. Apresenta membros dianteiros curtos, de modo que auxiliam na alimentação; cinco dedos onde os posteriores são longos, auxiliando nos saltos e, três dedos, ambos membros possuindo unhas fortes. Possuem hábito de lamber o seu corpo, como forma de se limpar. São animais herbívoros, alimentam-­se de: hortaliças, tubérculos, sementes e frutas. Sua dieta pode ser complementada através de rações, a mesma dada a coelhos. O período reprodutivo inicia-­se a partir dos 10 meses de idade, período no qual o mamífero atinge a maturidade sexual. A gestação dura cerca de 104 dias; tendo em média duas crias por parto, que pode ocorrer em qualquer época do ano. Aos três meses de idade, o filhote é desmamado e transferido para outra baia (piquete), iniciando a nova reprodução. Este gênero encontra-se distribuído nos biomas do Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia. São características de regiões com clima tropical a temperado, não ocorrendo em regiões mais frias.

Mas, porque criar cutias? A resposta é bem simples! É um animal simples e de fácil adaptação. Sua carne é bem nutritiva e de alto valor comercial. Possui baixo custo de produção e necessita de pouco espaço para sua criação. O abate destes animais pode ser dado a partir dos 12 meses, com 3 a 4 quilos. E podem ser comercializados como matrizes para outros criadouros após 6 meses.

Em seu manuseio é importante ter cuidado ao aplicar vacinas e medicamentos, já que podem gerar momentos de estresse, deixando o animal agressivo. As fêmeas, quando prontas para parir, devem ser isoladas a fim de evitar que os filhotes sejam comidos por outras cutias de um mesmo grupo. As instalações devem ser bem localizadas e com estrutura adequada ao clima de cada região. Em locais frios, opte por instalações fechadas e temperaturas elevadas, sendo melhor ambientes arejados com janelas grandes e teladas.

Para cada cutia é necessário construir uma caixaninho, costume característico do animal de forrar o ninho com palha seca, que ajuda a manter o interior do ninho sem umidade, deixando-­o criadouro mais semelhantes ao seu hábitat natural. Os animais também precisam de um espaço aberto no confinamento, onde devem ser construídas piscinas para banhos. O piso acimentado facilita a limpeza e a desinfecção do local, e ajuda a evitar que elas façam escavações para escada. Para evitar doenças, é recomendado fazer a limpeza do local semanalmente e exames parasitológicos a cada 3 meses, já que enfermidades causadas por endoparasitas, exoparasitas e pneumonias são bem comuns nos indivíduos jovens, prejudicando seu crescimento e desenvolvimento.

A criação das cutias é uma forma de preservar a espécie, e de evitar o seu tráfico e caça ilegal, além das qualidades nutricionais e da atividade comercial, a qual é bastante rentável ao criador. Portanto, ressalta­-se a importância do conhecimento da biologia e ecologia destes animais, uma vez que as técnicas de manejo dependem do conhecimento prévio para efetividade na conservação e criação para fins comerciais.

Cíntya Lisboa, Júlia G.O Gomes, Larissa Alves de Lima e Lohany Idargo de Souza – Graduandos do curso de Ciências Biológicas na Universidade Federal de Viçosa – Campus Rio Paranaíba.

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