mutação

Crianças da Lua, aprisionadas pelo Sol

Estas crianças são portadoras de uma rara doença chamada Xeroderma Pigmentoso. É uma doença genética (autossômica recessiva) em que seu portador possui alelos não funcionais (genes mutados) herdados de ambos os pais. Esses alelos fazem com que o organismo dos seus portadores seja incapaz de corrigir os danos nas moléculas de DNA causados pela luz UV (ultravioleta) presente nos raios solares.

Devido à deficiência nesse mecanismo de correção, os portadores do xeroderma pigmentoso desenvolvem, ainda muito jovens, lesões degenerativas na pele nos locais expostos à luz solar. Primeiro aparecem manchas e sardas em grande quantidade e a pele se apresenta mais ressecada que o normal e logo após aparecem as lesões.

Caso a doença não seja diagnosticada, o portador pode desenvolver de maneira acelerada variados tipos de cânceres de pele, através das lesões causadas pelos raios UV, que podem gerar mutações e/ou morte nas células expostas ao sol.

As lesões ocorrem através de alterações indiretas nas bases do DNA, pela geração de espécies reativas de oxigênio que podem reagir com bases de nitrogênio, levando à quebra da molécula de DNA. Quando os raios UV são absorvidos diretamente pelas bases, possibilitam que ocorram ligações covalentes entre pirimidinas (moléculas que compõem o DNA – citosina e timina) adjacentes nas fitas, o que causa graves distorções estruturais na dupla hélice, causando o bloqueio da replicação (a célula é incapaz de se reproduzir) e a parada na transcrição (a célula não consegue mais produzir proteínas).

Os tumores e as manchas na pele não são … Leia mais

Influenza A (H1N1): por quê é difícil contê-lo?

Um das primeiras vezes que fomos capazes de conhecer o poderio “bélico” dos vírus fora em uma data bastante peculiar. O mundo experimentava uma guerra de fácil solução perto do que estava surgindo naquele mesmo ano de 1918. Acredita-se que um dos precursores da gripe suína tenha surgido da gripe aviária (gripe espanhola de 1918), levando à morte de 20 a 100 milhões de pessoas naquela década.

Com o advento da II Revolução Industrial e a ascensão do Capitalismo, houve a diminuição do espaço físico rural pela invasão das fábricas, obrigando pequenos agricultores a condensar a sua produção em locais cada vez menores, tendo desta forma o contato direto com animais e plantas. 

Voltados ao aspecto macrobiótico, não observarmos a sequência de acontecimentos que passam despercebidos aos nossos olhos no mundo microbiótico.

Referindo-se ao meio microbiótico, mais especificamente aos vírus (seres considerados acelulares, supostamente simples, parasitas intracelulares obrigatórios, tendo sua estrutura composta por: capsídeo, um ácido nucléico, envelope e proteína), encontramos dois tipos: o Retrovírus e o Vírus de DNA.

A grande eficiência evolutiva dos vírus é devida ao fato desses possuírem a capacidade de se replicar e se excretar, ter imensa adaptação a diferentes hospedeiros, obter mecanismos imunológicos distintos e sua forma de transmissão ser vertical, ou seja, de um indivíduo para outro, o que o torna mais veloz e mais eficiente.

Devido ao vírus Influenza A Subtipo H1N1 ser do tipo Retrovírus, suas mutações acontecem em taxas altíssimas, entre 10-3 e  10-4 nucleotídeos a cada nova geração viral. … Leia mais

A macrovisão da micromudança

A evolução é a ciência que estuda como a natureza se transforma ao longo das gerações, através da acumulação de pequenas mudanças que ocorrem nas populações de organismos vivos. Para entender como a evolução produziu a biodiversidade é preciso que estudemos dois processos:

a) como as espécies mudam através do tempo (microevolução); b) como uma espécie se torna duas espécies ou mais (macroevolução)

Micro x macro

Na verdade, estes dois “processos” são o mesmo, mas vistos em escalas diferentes. É como se tivéssemos um balde sob uma goteira… o constante pingar, em algum momento, encherá o balde, que transbordará. Podemos pensar nessas micromudanças da mesma forma, “pingando” aos poucos na história do grupo. Em algum momento, haverá um transbordamento, e os indivíduos da população, que estavam divergindo aos poucos de suas gerações passadas, podem passar a acumular diferenças cada vez maiores.

O primeiro processo é bastante conhecido e responde como ocorreu o desenvolvimento dos bicos dos tentilhões estudados por Darwin nas Ilhas Galápagos, por exemplo. Também explica o mecanismo de resistência de insetos a pesticidas, o surgimento de superbactérias, resistentes a todos os tipos de antibióticos, e por que nem sempre as vacinas contra a gripe funcionam como gostaríamos.

Entretanto, alguns críticos da teoria da evolução argumentam que a microevolução não poderia explicar a origem de novas espécies, ou a macroevolução. Estes dizem que membros de uma espécie não podem se tornar tão diferentes de outros indivíduos através da variação natural a ponto de se tornarem duas espécies não intercruzantes. … Leia mais