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Aves frugívoras: Ecologia e conservação

Os serviços ecológicos, ecossistêmicos ou ambientais, são os papéis que cada espécie exerce no planeta. Estes serviços influenciam na vida e sobrevivência de todo ser vivo, inclusive na nossa. Ao admirar o fascinante tucano, com aquela beleza que mais parece uma pintura; ao ouvir a barulhenta vocalização das maritacas; ao contemplar a elegância do canto de um sanhaço ou de um sabiá, muitos nem imaginam o quão estamos ligados ecologicamente às aves.

Ave da família Psittacidae se alimentando de um fruto (PEREIRA, 2010)

As aves frugívoras, por exemplo, podem ser consideradas espécies dispersoras de sementes. Funciona assim, ao se alimentarem de alguns frutos as aves podem excretar ou regurgitar suas sementes, além de ocasionalmente carregarem alguns grãos em seu bico ou em suas garras, os eliminando durante o voo e o pouso. Em muitos casos, as sementes carregadas ao serem dispersas germinam no local depositado. Considerando que as aves, de forma geral, visitam muitos locais durante o dia, estes animais são muito importantes na dispersão de espécies, podendo transportar sementes a quilômetros de distância da planta mãe, fazendo assim que grupos vegetais prevaleçam e conquistem novos territórios. Devido a isso pode-se dizer que as aves auxiliam na restauração natural de áreas degradadas, sem que haja intervenção humana.

Em um estudo publicado na revista PeerJ em 2016, intitulado “Internal seed dispersal by parrots: na overview of a neglected mutualism”, foi observada a eliminação de sementes viáveis para germinação, em fezes de aves da família Psittacidae. Essa família trata-se do grupo ao … Leia mais

Aquilo ali é um Bem-te-vi?

Provavelmente em algum momento de sua vida você já avistou um bem-te-vi em algum local, certo? Este bichinho carismático é facilmente reconhecido pelas cores e pelo seu canto. Você provavelmente já o observou ou ouviu, seja em uma viagem de acampamento, na praça de sua cidade ou mesmo no fio dos postes próximo a sua casa. Sua plumagem é característica: ventre amarelado, dorso castanho, garganta branca e cabeça preta com uma máscara branca.

Apesar de essas aves apresentarem muitas semelhanças elas também possuem particularidades que podem ser usadas para diferencia-las. Uma espécie que muitos acreditam ser “filhote de bem-te-vi”, devido ao seu tamanho e plumagem, é a Cambacica (Coereba flaveola). Apesar de possuir o padrão de cor parecido seu bico é bem mais fino e seus tarços menos compridos, além de possuir uma estatura menor.

O Neinei (Megarynchus pitangua), conhecido por bem-te-vi-bico-chato, é uma das espécies mais confundidas com o verdadeiro bem-te-vi. Sua principal diferença esta no tamanho do bico, que é bem mais robusto e mais achatado. Além disso, sua vocalização difere do conhecido “bem-te-viiii!” que ouvimos. Temos também o Suiriri (Tyrannus melancholicus), que embora tenha as mesmas cores que o bem-te-vi não apresenta as marcas brancas na face juntamente a cabeça preta.

Mas e quando as espécies são tão parecidas que não conseguimos identifica-las através da morfologia? É aqui que temos o conceito de Espécies crípticas!

Foto: Ilustração Tomas Sigrist/ Arte TG

Espécies crípticas são duas ou mais espécies que morfologicamente falando são, frequentemente, indistinguíveis. Porém, geneticamente possuem … Leia mais

Visitas ilustres!

Todos os anos, no início da primavera, vemos na cidade de Ribeirão Preto o aparecimento de pequenas visitantes aladas. No começo surgem algumas tímidas, quietas…mas depois seu número aumenta, começa a cantoria (ou gritaria para algumas pessoas!), grandes revoadas acontecem, depois mais espécies aparecem… e quando começa os primeiros ventos frios do outono, elas se vão… Estas visitantes são as aves migratórias!

Algumas destas aves vêm de muito longe, de outros países, atravessando grandes barreiras geográficas… Outras, porém, vêm de perto… de cidades e estados vizinhos…Muitas não completam sua jornada, perecendo no caminho. As que conseguem chegar estão fugindo do frio e da falta de alimentos em sua terra natal. Algumas espécies aproveitam esta estada na nossa região para nidificar. Nidificar significa fazer ninhos, reproduzir, cuidar dos filhotes.

As aves migratórias mais conhecidas, vistas aqui na cidade, são as andorinhas. Algumas espécies vêm dos Estados Unidos, do Canadá, viajando mais de oito mil km para nos alegrar com sua ilustre presença. Outras vêm da Patagônia, sul da Argentina, procurando um lugar mais quente para passar o tempo.

Andorinhas realizam migração de outros países para o Brasil. Foto: goo.gl/iv12Tf

Existem ainda algumas espécies de andorinhas que não deixam Ribeirão Preto nunca…

Se formos um pouco mais atentos e passarmos a contemplar o céu e a natureza com mais atenção, podemos perceber outras aves que só aparecem na nossa região nos meses mais quentes do ano. Temos a tesourinha, um pássaro com a cauda muito longa e bifurcada, que vem em busca … Leia mais

Dinossauros entre nós

Você sabia que nem todos os dinossauros foram extintos? Sim, parece engraçado pensar que aqueles gigantescos animais que vemos em vários filmes, como a franquia Jurassic Park, não foram completamente dizimados com a queda do meteoro no México há aproximadamente 65 milhões de anos. Para todos efeitos teóricos e práticos, as aves modernas são dinossauros. Elas são tão dinossauros quanto nós, humanos, somos mamíferos. Ao longo desse texto discutirei um pouco das características que constatam essa afirmação.

Herança Genética

Análises genéticas mostram que as aves teriam se originado de um grupo de Terópodes, que eram um grupo de dinossauros. Primeiramente, vamos entender o grupo dos dinossauros, que é basicamente separado em Terópodes, que compreende os dinossauros bípedes e o grupo dos Saurópodes, que engloba todos os dinossauros quadrupedes. Existiam alguns Terópodes não-aviários, como os Tiranossauros-Rex e os aviários, como o Microraptor. As aves seriam uma continuação da linhagem de Terópodes aviários.

Penas

Por incrível que pareça, os dinossauros tinham penas. Sim, inclusive os Tiranossauros, que eram conhecidos como os grandes predadores (mas isso é discussão para outro texto). Essa característica permaneceu nas aves e foi importantíssima para manutenção da temperatura e, em algumas linhagens, para a característica do voo. No entanto, é difícil saber qual seria a coloração delas.

Ossos pneumáticos

As aves modernas apresentam ossos ocos, que permitem uma grande redução de peso e consequentemente uma habilidade de voo. Acontece que essa característica também era observada nos Terópodes e nos Saurópodes.

Bipedalismo

Como já dito anteriormente, essa característica era … Leia mais

A evolução do voo e a origem das aves

O Planeta Terra como conhecemos hoje, passou por diversas mudanças ao longo dos milhares de anos para se tornar habitável. Como exemplo disso, temos as eras de gelo e as extinções em massa. Além disso, foram necessários alguns milhares de anos, e a ação de seres vivos como as bactérias, para que o oxigênio se tornasse presente na Terra, permitindo o início da expansão da diversidade no planeta. Isso foi um ponto positivo para que plantas terrestres se estabilizassem no ambiente, aumentando o oxigênio disponível, e permitindo que a “vida” saísse da água para colonizar o ambiente terrestre.

Dentre os animais que conseguiram se adaptar em um determinado momento da história na Terra, antes de serem extintos, podemos citar os dinossauros. Como sabemos, existiram várias espécies destes, algumas delas carnívoras, herbívoras, com um tamanho corporal maior ou com tamanho reduzido, e, em especial, as que utilizavam as quatro pernas (tetrápodes) e aquelas que só utilizavam duas (terópodes).

Um exemplo terópode é a espécie Microraptor zhaoianus, que apresentava penas por todo o corpo. Era uma espécie carnívora, sendo um dos menores dinossauros que já viveram na Terra, e que demonstram uma estreita relação evolutiva entre as aves e dinossauros, já que possuía longas penas em suas patas e cauda.

A origem das aves ainda é algo muito debatido no mundo acadêmico, e a teoria mais aceita é a de que as essas teriam evoluído a partir de pequenos e ágeis dinossauros terópodes, que com os milhões de anos adquiriram as … Leia mais

O Pinguim de Magalhães.

Muitas vezes, vemos na televisão, uma notícia sobre algum pinguim perdido que aparece na costa sul do Brasil. Cansados de tanto nadar, chegam fracos e com fome, praticamente sem esperanças. Estes pinguins (que nunca chegarão ao Alto Paranaíba, porque não vivem em nossa região) veem de lugares longínquos, de paisagens de gelo e neve. Veem da Argentina e Chile, bem ao sul do continente.

Dentro da escala zoológica são classificados como “Aves”. No entanto, não se trata de qualquer ave, são aves que não sabem voar, mas sabem nadar e muito bem… e apresentam uma série de adaptações, como, por exemplo: uma alta capacidade pulmonar e cardíaca, especiais para respirarem no caso de submergirem a profundidades relativas; uma capa grossa de gordura chamada “panículo adiposo” que os protege do frio; e possuem asas na forma de remos e as patas com membranas interdigitais para melhor nadarem e para facilitar a locomoção na água.

Características gerais:

Podemos considerar o pinguim de Magalhães como um pinguim pequeno, não passa dos 6 kg e dos 70 cm de altura. Sua coloração não é muito chamativa, tem na cabeça uma lista branca que passa por cima das sobrancelhas, rodeia as orelhas e se une no pescoço. E uma lista negra e fina no peito e barrigana forma de ferradura. Seus olhos, bico e patas são negros.

Os pinguins possuem as patas curtas e o corpo volumoso, o que faz com que o caminhar seja lento e cerimonioso.

As plumas que cobrem o corpo e … Leia mais

Descoberto o fóssil da ave mais antiga do Brasil

A paleontologia brasileira passa por grandes novidades, e a mais recente é a descoberta de um pequeno fóssil de ave na Bacia do Araripe, no Ceará. A espécie, descrita por pesquisadores brasileiros e argentinos, foi dada como a ave mais antiga encontrada no Brasil. O fóssil foi encontrado em 2011, em rochas de calcário, material de excelente conservação durante milhares de anos.

Ainda sem nome científico, a ave pré-histórica, faz parte do grupo dos Enantiornithes, e possibilita estudos evolutivos a respeito das aves da América do Sul, já que o fóssil se encontra extremamente conservado, com grande parte da sua plumagem original.

As características detectáveis da espécie foram: um par de asas proeminentes, plumagem espessa, olhos grandes, cauda longa (8 cm), tamanho total de cerca de 14 cm. Supõe-se que se alimentava de insetos comuns na região encontrada e, pelas análises ósseas, o indivíduo encontrado era jovem. Pesquisadores destacam a importância da alegando que favorecerá para um maior entendimento acerca da origem das aves pertencentes ao grupo e posterior a evolução das mesmas, assim como sua total distribuição de forma paleobiogeográfica.

Por: Rosana Mesquita.Leia mais

Captura Predatória e Comércio Ilegal de Aves!

Todos sabem que a biodiversidade no Brasil é enorme, e com as aves não é diferente. Nosso país abrange cerca de 1700 espécies de aves, o que garante a ocupação da terceira colocação de maior riqueza de aves do planeta, perdendo apenas para a Colômbia e o Peru.

Apesar dessa riqueza, com os mais diversos tamanhos e cores, o país é um dos que mais sofrem com traficantes da fauna silvestre. Segundo inúmeros sites, o comércio ilegal de animais silvestres, em especial o de aves, é a terceira atividade clandestina que mais move dinheiro ilegal, perdendo apenas para o tráfico de armas e o de drogas.

Existem leis regulamentadas para a venda de animais silvestres, porém, isso se trata de um processo um tanto quanto burocrático, o que leva pessoas com “pouco tempo” e muito dinheiro a abusar do comércio ilegal.

A captura para comércio ilegal de aves envolve métodos totalmente invasivos ao animal e a toda a biodiversidade local, principalmente devido a precariedade dos transportes usados, o que causa danos físicos e “emocionais” às espécie (estimase 9 mortes em cada 10 animais). Os traficantes geralmente adotam práticas agressivas, como cegar o animal, ingestão de calmantes e bebidas alcoólicas, para aquietar os animais, evitando assim complicações com fiscalizações. Filhotes são retirados de seus pais dessa forma, perdendo todo o cuidado parental, processo importante no desenvolvimento do indivíduo. Esses animais são traficados para pet shops, colecionadores particulares que tem prioridade por espécies raras e ameaçadas de extinção. Ao longo do tempo, … Leia mais