botânica

Você conhece os principais tipos de fruto?

O fruto é o resultado do desenvolvimento do ovário das flores, que garante proteção e auxilia a dispersão das sementes surgidas após a fecundação. Frutos são órgãos encontrados exclusivamente nas Angiospermas e são formados por pericarpo e uma ou mais sementes. A morfologia vegetal se dedica a estudar os frutos e os classifica pela disposição dos carpelos (unidades estruturais que compõem os ovários), quantidade de sementes, consistência dos frutos maduros e presença ou ausência de mecanismos de deiscência (abertura espontânea ou não dos frutos, quando maduros). Ou seja, os diversos tipos de frutos podem ser classificados de maneiras diferentes. Você conhece os principais tipos de fruto?

Frutos são simples quando a origem é de 1 ou vários carpelos unidos, como por exemplo o fruto do baru, pequi, mangaba e sapucaia. São classificados como agregados quando são derivados de um gineceu com carpelos livres entre si, mesmo que pertencentes a uma única flor, como ocorre com o araticum, atemóia, graviola e a magnólia. Ou, ainda, podem ser múltiplos quando resultam de muitos ovários de um grande número de flores de uma inflorescência, como no abacaxi, na jaca, na amora e na fruta-pão.

Quando observamos a consistência dos frutos, esses podem ser classificados em carnosos, isto é, aqueles que apresentam pericarpos suculentos, como visto na manga, no maxixe, na goiaba e no mamão. Por outro lado, os frutos secos são aqueles que apresentam pericarpo não suculento (seco na maturidade), como no urucum, no chichá, no jatobá e nos ipês. Uma outra forma … Leia mais

Como as plantas se reproduzem?

As plantas são classificadas em grupos, de acordo com a frequência de autopolinização ou polinização cruzada. Contudo, algumas destas plantas posicionam-se em situação intermediária, o que gera dúvidas quanto ao grupo em que devem ser incluídas.

Plantas autógamas ou de autofecundação são aquelas em que o polinizador (androceu ou pólen) é produzido na mesma planta que o gameta receptor (gineceu ou óvulo) e não existe auto-incompatibilidade entre estes.

Nestas plantas pode ocorrer a fecundação cruzada, no entanto esta taxa não passa de 5%. Espécies como trigo, soja, aveia, cevada, arroz e alface dificilmente ultrapassam 1%. Na planta do fumo as trocas de gametas atingem altas taxas, o que muitas vezes exige a proteção das inflorescências para evitar o fluxo de genes (ou cruzamento) entre variedades cultivadas muito próximas.

A autofecundação é motivada por diversos mecanismos, entre eles o mais positivo é a cleistogamia, situação na qual os antécios nunca abrem. A casmogamia é outra ferramenta que auxilia a autofecundação, onde a polinização do estigma ocorre antes da abertura do antécio, isso ocorre com trigo, cevada, aveia e alface.

Plantas alógamas são plantas que utilizam da fecundação cruzada para se reproduzirem. Diversos mecanismos facilitam a fecundação cruzada entre as plantas, a diocia pode ser considerado o mais efetivo, e ocorrem quando cada planta contribui com gametas ou femininos ou masculinos. Isso acontece no mamão, espinafre e na araucária (pinheiro do Paraná).

Algumas plantas monóicas (as que possuem ambas as estruturas, masculinas e femininas na mesma planta) apresentam fatores associados com a … Leia mais

Para quê servem as matas ciliares?

Simone Rodrigues Slusarski

 

A vegetação marginal aos cursos de água tem classificação diversificada no Brasil em decorrência, principalmente, da sua ampla distribuição e dos diferentes ambientes em que ocorre. É tratada na literatura com uma nomenclatura variada e confusa, dentre elas, floresta (ou mata) ciliar, de galeria, de várzea, ribeirinha, ripária (ripícola) ou aluvial estão entre as denominações mais comumente utilizadas, das quais mata ciliar é a mais popular. Em relação aos termos, ciliar é derivado de cílio, referindo-se a proteção; ripária significa próximo ao corpo de água; zona ripária é definida como um espaço tridimensional que abrange vegetação, solo e rio e ecossistema ripário quando se inclui sistemas, processos e mecanismos. Essa vegetação às margens dos cursos de água, na interface entre os ambientes aquáticos e terrestres, é denominada ecótono ripário. Alguns autores utilizam o termo vegetação ripária, aplicando-o a toda e qualquer vegetação da margem, pois o termo ripário permite abrangência não apenas da vegetação relacionada ao corpo de água, mas também aquela localizada nas suas margens.  A importância da vegetação ripária está relacionada às suas funções, dentre elas: estabilidade das margens pela manutenção e desenvolvimento de um emaranhado de raízes, evitando a erosão; armazenamento e qualidade da água da micro bacia por meio da filtragem de nutrientes, sedimentos e agrotóxicos; através de suas copas, intercepta e absorve a radiação solar, contribuindo para a estabilidade térmica dos pequenos cursos de água; mantém a biodiversidade do ecossistema aquático e terrestre;  atua como corredores ecológicos que interligam diferentes unidades … Leia mais

O Mundo fascinante da Botânica.

Jaqueline Dias Pereira

 

A Botânica ou Biologia Vegetal é uma das áreas da Biologia e é um fascinante campo de estudo, pesquisa e aplicações práticas. É o estudo das plantas, e nos possibilita compreender a grande diversidade de plantas presentes em nosso planeta, nos mais diversos ambientes. Estes podem ser aquáticos, terrestres, ou ainda explorados por plantas de hábitos diferentes, como as epífitas, aquelas plantas que vivem sobre outras sem parasitá-las. Existem plantas bem simples como os musgos e samambaias, que não produzem sementes e não apresentam flores e frutos, até plantas com todos os órgãos vegetativos (raiz, caule e folha) e reprodutivos (flor, fruto e semente). É possível verificar plantas com mais de 100m de altura até plantas minúsculas.

Muitas dessas plantas chamam a nossa atenção pelo colorido exuberante de suas flores e pela sua interação direta com certos animais. Dentre as aplicações práticas da botânica, destacam-se o uso das plantas medicinais e as plantas utilizadas como bioindicadores de poluição ambiental, dentre outras. Acredita-se que desde 3000 a.C. os chineses já cultivavam plantas medicinais.  Elas eram utilizadas como purgantes, vermífugos, diuréticos, cosméticos e especiarias para a cozinha, além de líquidos e gomas utilizados para embalsamar múmias. No Brasil, muitas espécies vegetais nativas são utilizadas pela população para fins terapêuticos.

Trabalhos realizados com algumas espécies nativas de plantas com hábito epifítico e terrestre têm demonstrado eficácia como bioindicadoras do ambiente, pois elas reagem aos efeitos da poluição através de alguns “sinais” como necrose, queda de suas folhas, diminuição do … Leia mais

Um olhar sobre as Epífitas

Jaqueline Dias Pereira

As epífitas são plantas que vivem sobre outras e, muitas vezes, são confundidas com plantas parasitas, mas elas não emitem estruturas haustoriais (parasitas), portanto, não são plantas parasitas. Não apresentam raízes em contato com o solo e obtêm seus recursos minerais a partir de resíduos ou detritos, como, por exemplo, a poeira que recai sobre si, além de obterem recursos hídricos, a partir da água da chuva e até gotículas de água dispersas no ar, possuindo assim, estruturas especializadas na captação desses recursos. As plantas que sustentam as epífitas sobre si são denominadas de forófitos. O grau em que a diversidade de epífitas numa floresta está diretamente ligada ao tipo de forófito ainda não está bem esclarecido, uma vez que devem ser considerados, em conjunto, os fatores microclimáticos.

Dentre as espécies vasculares (aquelas que apresentam tecidos de condução – xilema e floema), as epífitas contabilizam cerca de 10% com aproximadamente 25.000 espécies, distribuídas em 84 famílias. As famílias Bromeliaceae, Orchidaceae, Araceae e Polypodiaceae concentram a maior parte das espécies, aproximadamente 80%.  A abundância e a diversidade de epífitas são fortemente influenciadas pelas mudanças de condições ecológicas. As epífitas vasculares podem ser classificadas em quatro categorias ecológicas de acordo com os tipos de substratos usados, mecanismos de absorção de água e balanço de nutrientes, arquitetura da planta e relação com o forófito. Dessa forma, são denominadas holoepífitas características, habituais ou verdadeiras aquelas presentes principalmente em ambientes epidêndricos; facultativas, aquelas presentes tanto em ambientes epidêndricos como terrestres; acidentais, aquelas … Leia mais