A ciência na Roma antiga
Flávia Fróes de Motta Budant
Quando o assunto é ciência na Antiguidade, é normal que sejamos expostos atextos e dados enciclopédicos, mais ilustrativosdo que explicativos. Pouco comum é que nos falem de que forma os antigos encaravam o fazer científico, que era o estudo dos mecanismos da Natureza, e de que maneira isso estava inserido no cotidiano e como se relacionava com a cultura local. É claro, podemos falar só sobre as descobertas de cada povo – quem mediu a Terra primeiro, qual foi o primeiro homem a falar em átomo –, mas entender como chegaram a elas nos ajuda a compreender como era de verdade a ciência naquele tempo. Temos a mania de achar que a nossa época é a mais avançada – temos computadores hipervelozes, enviamos sondas espaciais para explorar a vizinhança galáctica e, acima de tudo, não atribuímos acontecimentos da natureza a entidades sobrenaturais enfurecidas. Somos evoluídos. No entanto, devemos admitir que os antigos também tinham um raciocínio tão complexo quanto o nosso, por mais que não dispusessem da mesma tecnologia.
Para fugir do óbvio, vamos falar de um povo pouco lembrado quando o assunto é ciência: os romanos. É preciso saber que os estudos, em Roma, não eram conduzidos por qualquer um, e nem mesmo divulgados a todos. O desenvolvimento cultural se restringia a uma elite, que mandava os filhos estudar com professores gregos ou na própria Grécia. Como dizia o poeta Horácio, apesar de os romanos terem conquistado os gregos, eram os helênicos que … Leia mais