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II Simpósio da Biodiversidade – SIMBIO 2011

O colegiado do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Viçosa, do Campus de Rio Paranaíba promoveu entre os dias 17 e 20 de maio o II Simpósio da Biodiversidade – SIMBIO. O evento, de abrangência nacional, foi organizado por professores e alunos dos cursos de Ciências Biológicas, Agronomia e Ciências de Alimentos.

Durante os quatro dias do evento, o público assistiu à palestras de especialistas com temas importantes dentro da grande área da biodiversidade. Além disso, houve apresentação de trabalhos inscritos e concurso de fotografia.

Jaqueline Dias Pereira, coordenadora do curso de Ciências Biológicas do Campus de Rio Paranaíba afirma que os temas variados das palestras podem auxiliar os acadêmicos na escolha da especialização que pretendem fazer após a graduação. “ O SIMBIO é o principal evento do curso e é muito importante, pois traz palestrantes de todo o país. Esse contato com professores de outras universidades e de diferentes áreas permite ao aluno já criar uma consciência do que ele vai querer”, afirma Jaqueline.

Rock com Ciência

A novidade no II Simpósio da Biodiversidade foi a gravação do programa de rádio e podcast Rock com Ciência, que é um projeto de extensão em Divulgação Científica do curso de Ciências Biológicas. Foram convidados os professores Edmilson Escher, Orlando Moreira Filho e Claudio Oliveira. Pela primeira vez o programa foi gravado com plateia, que participou fazendo perguntas aos convidados.

O tema do programa, transmitido no dia 21 de maio pela rádio local Maximus FM, foi a popularização da ciência. … Leia mais

Como estudamos as Células?

Você certamente já ouviu falar da células. Nos organismos vivos, são conhecidas como as suas unidades fundamentais, que formam todos eles. É dentro das células que a maior parte das reações químicas do metabolismo dos organismos vivos acontece.

O estudo das células pode ser feito de modo direto, pela observação da célula onde ela se encontra, ou pelo estudo dos seus componentes após isolamento e observação em separado.

Um grande avanço na observação das células foi a invenção do microscópio. São creditadas a Antonie van Leeuwenhoek (1632 – 1723), com um simples microscópio de lente única, as primeiras observações biológicas em microscópio.

Ainda no século XVII, Robert Hooke observou que a casca do carvalho era formada por espaços vazios semelhantes a favos de uma colméia, aos quais chamou de pequenas caixas ou células, cunhando o termo que muito tempo depois foi utilizado para as unidades fundamentais dos organismos vivos.

O avanço da tecnologia permite que hoje possamos realizar grandes aumentos e observar a estrutura das células cada vez mais de perto. Os principais microscópios atuais dividem-se de acordo com o processo utilizado para a observação.

O microscópio de luz, também conhecido como óptico, utiliza um feixe de luz que atravessa o material a ser observado e amplia a imagem através de um sistema de lentes. Algumas variações deste tipo de microscópio utilizam filtros de polarização da luz ou para observação de corantes fluorescentes excitados por luz ultravioleta.

Apesar de permitir a observação em bons detalhes, o aumento obtido pelos microscópios … Leia mais

Tuberculose: há cura quando se completa o tratamento

A Tuberculose, uma doença infectocontagiosa causada pelo bacilo de Koch, cientificamente chamado de Mycobacterium tuberculosis, e por uma série de outros microorganismos em quantidades menores, é uma doença mortal, que quando descoberta a tempo, tem cura.

Essa doença afeta principalmente os pulmões, devido ao bacilo se reproduzir com maior facilidade em áreas do corpo com alto índice de oxigênio. Entretanto, pode ocorrer a infecção também nos rins, meninges, ossos, intestino delgado e até mesmo em órgãos genitais, de forma independente ou junto com a infecção pulmonar.

Quando a bactéria afeta os pulmões a doença muitas vezes é confundida com uma simples gripe de longa duração, fazendo com que o quadro clínico se agrave cada vez mais. Os primeiros sintomas são quase sempre brandos, e constituem-se basicamente de tosse contínua que causa certo desconforto. Posteriormente a tosse se agrava e passa a ocorrer com presença de secreções, por cerca de mais quatro semanas, passando depois a tosse com pus ou sangue, indicando uma séria infecção. A pessoa passa a ter febre baixa, cansaço excessivo, rouquidão, fraqueza, sudorese noturna, palidez, emagrecimento, perda te apetite e prostração. Nos casos mais graves pode ocorrer dor torácica seguida de eliminação de grande quantidade de sangue, causada pelo colapso do pulmão e acumulo de pus na membrana que o reveste (pleura). Nesse estágio a pessoa se encontra em um quadro praticamente irreversível.

Quando o organismo entra em contato com o bacilo pela primeira vez, e tem uma boa resistência natural ele pode sozinho matar e expulsar … Leia mais

A macrovisão da micromudança

A evolução é a ciência que estuda como a natureza se transforma ao longo das gerações, através da acumulação de pequenas mudanças que ocorrem nas populações de organismos vivos. Para entender como a evolução produziu a biodiversidade é preciso que estudemos dois processos:

a) como as espécies mudam através do tempo (microevolução); b) como uma espécie se torna duas espécies ou mais (macroevolução)

Micro x macro

Na verdade, estes dois “processos” são o mesmo, mas vistos em escalas diferentes. É como se tivéssemos um balde sob uma goteira… o constante pingar, em algum momento, encherá o balde, que transbordará. Podemos pensar nessas micromudanças da mesma forma, “pingando” aos poucos na história do grupo. Em algum momento, haverá um transbordamento, e os indivíduos da população, que estavam divergindo aos poucos de suas gerações passadas, podem passar a acumular diferenças cada vez maiores.

O primeiro processo é bastante conhecido e responde como ocorreu o desenvolvimento dos bicos dos tentilhões estudados por Darwin nas Ilhas Galápagos, por exemplo. Também explica o mecanismo de resistência de insetos a pesticidas, o surgimento de superbactérias, resistentes a todos os tipos de antibióticos, e por que nem sempre as vacinas contra a gripe funcionam como gostaríamos.

Entretanto, alguns críticos da teoria da evolução argumentam que a microevolução não poderia explicar a origem de novas espécies, ou a macroevolução. Estes dizem que membros de uma espécie não podem se tornar tão diferentes de outros indivíduos através da variação natural a ponto de se tornarem duas espécies não intercruzantes. … Leia mais

A grande riqueza das pequenas espécies do Cerrado

O Cerrado é o segundo maior domínio do Brasil, superado apenas pela Amazônia. Ele cobre uma área de dois milhões de km², e ocorre em 14 estados brasileiros. Nesse domínio ocorrem vegetações distintas, como florestas (os cerradões), campos (os campos limpos e campos rupestres), até formações savânicas, os cerrados sensu stricto, ou cerrado típico, que ocupam 70% da área total.

O cerrado sensu stricto é caracterizado pela existência de árvores de pequeno a médio porte com troncos retorcidos, de modo que as copas dessas árvores não se toquem. Abaixo delas existe um tapete contínuo de plantas de pequeno porte, conhecidas como ervas e arbustos. Essas espécies permanecem toda a sua vida próximas ao nível do solo, e não desenvolvem lenho ou madeira, ou seja, nunca irão virar árvores. Elas germinam suas sementes, crescem, reproduzem e morrem num período de tempo muito curto em relação às árvores, que sobrevivem décadas ou séculos.

Estima-se que para cada árvore exista de cinco a seis ervas, muitas ainda não descobertas pela ciência. O estrato herbáceo, que é a comunidade das ervas, possui espécies temporãs, ou seja, que podem ser visualizadas apenas em uma época do ano, seca ou chuvosa. Essas plantas também apresentam diversas adaptações a falta de água e nutrientes e presença constante do fogo.

Prestonia erecta, uma erva com ocorrência restrita ao Cerrado.

Os primeiros estudos sobre as “plantinhas” do cerrado brasileiro iniciaram na década de 1980, quando começou a se vislumbrar a riqueza e o potencial desconhecido dessas espécies. Tradicionalmente … Leia mais

Cruzamentos cognitivos permitem que a música desperte outros sentidos além da audição

Imagine você, sentado em seu sofá, ouvindo a sua banda ou seu músico preferido e, de repente, cada batida da bateria começa a parecer azul e cada acorde da guitarra começa a ter um gosto de framboesa. Difícil de imaginar, né? Não se você faz parte de cerca de 4% da população mundial que é sinesteta – indivíduo que possui condição neurológica excepcional, em que um estímulo indutor desperta, de forma involuntária e consistente, outra sensação que não foi estimulada.

Fora dessa condição neurológica que acomete uma pequena parcela da população, é normal que haja certos cruzamentos de modos cognitivos/sensoriais. “Os cruzamentos de modos sensoriais são associações que todos fazemos, geralmente de forma automática, entre uma sensação estimulada externamente e outra sensação. Na fruição musical, essas correspondências sensoriais são constantes e automáticas e, quanto mais intensa é a fruição musical, mais fortes são esses cruzamentos de modos sensoriais” explica Guilherme Bragança, doutor em neurociências pela Universidade Federal de Minas Gerias.

Tais cruzamentos ocorrem de maneira intuitiva, sem que se perceba. Um exemplo é quando se descrevem os sentimentos provocados por uma música, e em metáforas sinestésicas como “uma canção doce” ou “a voz daquele cantor me acalma, é muito suave”. Músicos, por sua vez, podem apontar que “o som de um trompete é brilhante”, ou “som do fagote é opaco”.

Parece haver um grau latente de sinestesia em todos os indivíduos (levando o nome de weak synesthesia), e é ela que auxilia a construção de associações abstratas entre diferentes campos … Leia mais

Uma breve história dos Gatos

O gato doméstico (Felis catus) está presente em quase todos os continentes, com exceção da Antártida e regiões mais remotas. Embora atualmente eles sejam habitantes dos nossos sofás e lareiras, nas sociedades antigas aqueles que habitavam celeiros, navios e vilarejos proporcionavam grande proteção. Que tipo de proteção os bichanos conferiam? Bom, basicamente contra pragas e vermes oriundos de pequenos animais, principalmente de roedores, os quais eram responsáveis por danos às plantações e por doenças críticas.

Um estudo publicado na Nature Ecology & Evolution demonstrou que o gato doméstico é mais próximo de uma subespécie de gato selvagem africano, o Gato-da-Líbia (Felis silvestris lybica). Esses selvagens geralmente são solitários, caçadores territorialistas e não possuem estrutura social e hierárquica. Um animal com essas características dificilmente seria escolhido para a domesticação e, ao que parece, de fato os gatos não foram escolhidos por nós, eles é que “se convidaram” para serem domesticados (típico de gato não?)! O que se sabe é que esses felinos começaram a habitar plantações há milhares de anos atrás ao serem atraídos por ratos que invadiam os estoques de grãos dos humanos no Oriente Próximo.

Evidências zooarqueológicas apontam que a primeira relação entre os humanos e os bichanos foi um tipo de comensalismo que durou milhares de anos. Durante esse período, os gatos que habitavam regiões humanas mantinham cruzamentos com os selvagens. Acredita-se que essas trocas genéticas contribuíram para manter pouca diferenciação entre os dois grupos. Devido a isso, nossos ronronadores mantiveram muitas das características … Leia mais

A enigmática Fauna de Ediacara

Durante o período Pré-Cambriano, há 543 milhões de anos aproximadamente, nosso planeta era muito diferente. Nessa época a superfície dos continentes era totalmente desprovida de vida, mas os oceanos já exibiam uma diversidade de organismos rudimentares. As impressões fósseis que remetem à essa época mostram configurações e corpos curiosos, muito parecidos com pequenas folhas bem como formas de disco, que permaneciam fixos no solo do fundo dos mares ou suspensos na coluna d’água. Esse grupo de seres foi então nomeado de fauna vendiana ou ediacarana, em razão do local onde foram encontrados pela primeira vez: nas colinas de Ediacara, Austrália, e são considerados os primeiros exemplos de organismos multicelulares complexos a surgirem na Terra.

Desde então, fósseis de representantes da Fauna de Ediacara foram escavados em vários locais do planeta, Floresta de Charnwood na Grã-Bretanha, Mistaken Point no Canadá, Namíbia, Ucrânia, Irã, Rússia e até mesmo no Brasil. Os primeiros do tipo em nosso país, encontrados por um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual do Vale do Acaraú, foram identificados em um afloramento rochoso no município de Pacajú, noroeste do Ceará.

Esse grupo de seres ainda causa discussões no meio científico por causa de sua difícil classificação: seriam realmente animais, justificando assim o uso do termo “fauna”? Seriam vegetais, já que compartilham algumas características destes, embora tenham surgido bem antes? Ou trata-se de um grupo que desafia as classificações comuns e entra em algo totalmente novo? Os paleontólogos seguem com essa pulga atrás da orelha, já que diversas espécies que … Leia mais

O primata e o cachorro, um caso antigo!

Se perguntássemos a qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, qual é o animal mais próximo do homem, certamente ouviríamos a mesma resposta: o cachorro. E não é pra menos, eles estão por toda parte: dentro da nossa própria casa, vivendo nas ruas e até mesmo trabalhando! Mas quando essa relação começou?  Foi há muitos anos, antes mesmo do homem aprender a plantar e construir cidades.
O relacionamento começou com os lobos, e era arisco e distante. Os homens os alimentavam com restos de comida, como ossos e partes não muito saborosas dos animais caçados. Mas não pense que era só porque eles tinha bom coração. De forma alguma! Eles os alimentavam porque assim os lobos ficavam próximos do acampamento, evitando que predadores se aproximassem, como ursos e grandes felinos.

Pouco a pouco essa relação foi se estreitando e aqueles lobos que eram mais dóceis e sociáveis com o ser humano, desenvolveram uma relação mais próxima. Com isso, havia cruzamento entre os lobos adotados, fazendo com que a característica de ser um animal mais dócil, fosse passada aos filhotes. Parece um pouco surreal lobos tão ferozes, sendo animais dóceis, não é mesmo? Mas basta olhar pro cachorro que temos hoje em dia, basta ver um vídeo de cachorros fofinhos na internet para confirmar essa história. E foi por meio dessa seleção que isso foi possível!

Mas como esses lobos ficaram tão diferentes como são os cães hoje em dia? Tudo graças ao advento da agricultura, criação de animais para alimento … Leia mais

Feedback sobre a utilização do Folha Biológica em atividades escolares!

A equipe do Folha Biológica está extremamente feliz e satisfeita com o feedback recebido por duas escolas estaduais de Minas Gerais! Alunos estão utilizando o jornal para trabalhos escolares, o que faz com que o Folha Biológica consiga atingir cada vez mais o seu objetivo. E o melhor ainda: os próprios alunos que tiveram a iniciativa de nos mandar a notícia sobre utilizarem o jornal! Agradecemos a dedicação de vocês e a importância que dão ao nosso trabalho de divulgação científica, qualquer ajuda nessa missão de divulgar o conhecimento científico é sempre bem-vinda!

Alunos do 8º e 9º anos, da professora Charlene Alvarenga, na Escola Estadual Professora Izaura de Oliveira Vilela, distrito de São José do Barreiro, município de São Roque de Minas, MG.

Alunos da Escola Estadual José Maria de Morais, da cidade de Barão de Cocais, MG.… Leia mais