UFMG desenvolve vacinas contra doença de Chagas e leishmaniose

A engenharia genética e as técnicas de edição de genomas vêm sendo utilizadas desde os anos 70. Com o desenvolvimento de novas tecnologias ao longo dos anos e consequente barateamento dessas técnicas, pesquisas na área têm se tornado cada vez mais popular.

Através da manipulação genética, o desenvolvimento de plantas transgênicas com resistência a diversas pragas e até mesmo a edição gênica de embriões humanos, já são uma realidade.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Leishmania

A grande revolução dentro desse campo começou graças à descoberta de um sistema genético bacteriano denominado CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats, ou seja, Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas) em associação com o sistema Cas9 (Cas9 é uma enzima nuclease guiada por RNA). Esse conjunto CRISPR-Cas9 ficou popularmente conhecido como “bisturi genético”, devido à sua precisão em reconhecer e recortar regiões específicas do DNA que, de certa forma, podem ser escolhidas pelo pesquisador. Algumas dessas técnicas de edição de genoma têm sido utilizadas pela professora Santuza Teixeira, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, para o desenvolvimento de vacinas inéditas contra a doença de Chagas e a leishmaniose.

Há cerca de um ano, em suas pesquisas com CRISPR, a professora busca desenvolver uma versão mais branda dos causadores de Chagas e Leishmaniose, de modo a servirem como antígenos em uma vacina. Esses protozoários inativados estimulariam o sistema imune do organismo que receber a vacina. A Dra. Santuza explica ainda que o laboratório já tem desenvolvido testes em camundongos.

Os resultados preliminares indicam que a equipe conseguiu gerar uma linhagem mutante do protozoário Tripanosoma cruzi, que não causaria a doença de Chagas. O camundongo testado não desenvolveu tal doença e ainda foi imunizado contra a versão virulenta. De acordo com a professora, a ideia é tornar os camundongos imunes à doença, para, em uma outra etapa do estudo, aplicar a técnica em humanos.

Matheus Bonaccorsi é Biólogo pela Universidade Federal de Viçosa e mestrando do programa de Zoologia pela Universidade Federal de Minas Gerais.

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