Tuberculose: há cura quando se completa o tratamento

A Tuberculose, uma doença infectocontagiosa causada pelo bacilo de Koch, cientificamente chamado de Mycobacterium tuberculosis, e por uma série de outros microorganismos em quantidades menores, é uma doença mortal, que quando descoberta a tempo, tem cura.

Essa doença afeta principalmente os pulmões, devido ao bacilo se reproduzir com maior facilidade em áreas do corpo com alto índice de oxigênio. Entretanto, pode ocorrer a infecção também nos rins, meninges, ossos, intestino delgado e até mesmo em órgãos genitais, de forma independente ou junto com a infecção pulmonar.

Quando a bactéria afeta os pulmões a doença muitas vezes é confundida com uma simples gripe de longa duração, fazendo com que o quadro clínico se agrave cada vez mais. Os primeiros sintomas são quase sempre brandos, e constituem-se basicamente de tosse contínua que causa certo desconforto. Posteriormente a tosse se agrava e passa a ocorrer com presença de secreções, por cerca de mais quatro semanas, passando depois a tosse com pus ou sangue, indicando uma séria infecção. A pessoa passa a ter febre baixa, cansaço excessivo, rouquidão, fraqueza, sudorese noturna, palidez, emagrecimento, perda te apetite e prostração. Nos casos mais graves pode ocorrer dor torácica seguida de eliminação de grande quantidade de sangue, causada pelo colapso do pulmão e acumulo de pus na membrana que o reveste (pleura). Nesse estágio a pessoa se encontra em um quadro praticamente irreversível.

Quando o organismo entra em contato com o bacilo pela primeira vez, e tem uma boa resistência natural ele pode sozinho matar e expulsar o microorganismo antes que ele se instale, estabelecendo dessa forma proteções futuras contra a bactéria. Porém, quando o organismo não consegue combater o corpo estranho, ele se reproduz rapidamente nos pulmões, causando pequenas lesões seguidas de tosse seca, caracterizando a tuberculose primária. Caso a pessoa continue sem tratamento ocorre a progressão da doença e o aparecimento dos sintomas já citados. A doença então avança, os bacilos “cavam” nos pulmões formando as cavernas tuberculosas e causando inflamações e o sangramento, e assim a tosse passa a ser com pus e sangue, a chamada hemoptise.

A transmissão da Tuberculose só ocorre através de quem está contaminado pela for
ma pulmonar da doença. O contágio se dá quando o paciente tosse, espirra ou mesmo fala, liberando assim milhões de bactérias no ar, que podem ficar suspensos por horas, contaminando quem respirar no local, desde que não tenham contato com a luz do sol. Os bacilos depositados pelos doentes em toalhas, roupas, pratos, copos e outros objetos pessoais não oferecem risco para transmissão da doença, apesar de ocorrerem muitos mitos sobre essa hipótese.

O diagnóstico da doença pode ser dado rapidamente através de uma radiografia do tórax e análise das secreções pulmonares e escarro do paciente. A tuberculose extrapulmonar também tem o diagnóstico após a análise das secreções do local da inflamação. Após o diagnóstico o indivíduo é medicado com antibióticos, e tem que se comprometer a tomar a medicação corretamente até o final do tratamento, que dura cerca de seis meses. Caso o tratamento não seja feito corretamente os bacilos não são totalmente eliminados e a doença pode voltar com uma gravidade ainda maior, visto que só as bactérias mais resistentes terão sobrevivido no corpo do paciente.

Letícia Aparecida Cruvinel é acadêmica do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Viçosa, campus de Rio Paranaíba e bolsista do programa de Iniciação à Extensão – PIBEX .

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