As ações antrópicas (aquelas desenvolvidas pelo ser humano) vêm afetando os ecossistemas, modificando drasticamente natureza, influenciando a diversidade com a retirada de ambientes nativos e causando a homogeneização da paisagem.
Muitos organismos percebem e respondem às alterações, mesmo em escalas reduzidas, nos ecossistemas naturais através de variações nas comunidades, sendo, portanto, chamados bioindicadores.
Os bioindicadores são espécies que podem ter uma amplitude estreita a respeito de um ou mais fatores ecológicos, e quando presentes, podem indicar uma condição ambiental particular ou estabelecida. Ou seja, eles vivem em limites muito específicos, que podem indicar se o ambiente está ou não certos parâmetros.
Dentre estes organismos estão os insetos, que representam aproximadamente 53% das espécies de animais descritas. Ocorrem em praticamente todos os ambientes, graças às suas peculiaridades estruturais e fisiológicas que permitem adaptações a condições ambientais bastante distintas.
Os insetos são importantes nos processos biológicos dos ecossistemas naturais. Estudos sobre a diversidade e abundância deste grupo podem prover uma rica base de informações sobre o grau de integridade dos ambientes em que se encontram.
Os insetos bioindicadores podem ser ser divididos em subgrupos:
- indicadores ambientais que respondem às perturbações ou mudanças ambientais;
- indicadores ecológicos que demonstram efeitos das mudanças ambientais como alterações de habitats, fragmentação, mudanças climáticas, poluição e outros fatores que geram impacto na biota;
- indicadores de biodiversidade, que refletem índices de diversidade.
Sendo assim, a utilização de insetos como bioindicadores, pode permitir ações efetivas que possam manter, recuperar ou restaurar a sanidade ambiental, visando a conservação dos ecossistemas.
Nilcilene de Fátima Resende é bióloga e mestranda em Biologia Animal pela Universidade Federal de Viçosa. Atua na área de entomologia.
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