Volume 10, número 2
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Nossa própria origem sempre foi motivo de discussão no mundo acadêmico e cotidiano. Através dos séculos de civilização milhares de especulações acerca de onde viemos nublava o imaginário dos povos antigos. Com o surgimento da paleoantropologia e das análises evolutivas com base na reconstrução fóssil, dispomos de um cenário que melhor nos aproxima do que realmente ocorreu. Excluindo-se as explicações místicas e religiosas, a ciência nos mostra resumidamente, como se deu nossa diferenciação frente aos outros primatas, e quais mecanismos seletivos levaram ao nosso atual aspecto.
O continente africano é hoje corretamente rotulado como o berço de nossa espécie, baseando-se no evento de que os mais antigos fósseis classificados até o momento tem sua origem nessa área, especialmente nos arredores do lago Turkana e no Chade. Os mais famosos aparentados que possuímos, sendo um intermédio e elo de ligação com os grandes primatas, são os diversos Australoptecíneos provenientes de regiões do Quênia, Australopitecus africanus e Australopitecus afarensis, por exemplo. A bipedalia é algo que separa a espécie humana dos demais vertebrados. Esta característica teve seu aparecimento por volta de 2,5 milhões de anos, selecionada ao longo de incontáveis gerações desde um desastre que secou as planícies africanas, levando nossos ancestrais a deixar a procura de alimentos nas árvores transferindo-se para o solo.
Deve-se ser demonstrado também o fato de que as espécies mais antigas na escala evolutiva alimentavam-se de vegetais, dispunha de uma forte mandíbula e musculatura que requeriam grande energia para manutenção. Daí provém uma das interessantes teorias para … Leia mais
Cientistas resolveram estudar o porquê dos pandas (Ailuropoda melanoleuca) apresentarem o padrão de coloração preto e branco. Isso já foi descoberto para as zebras, que utilizam a distribuição de suas listras como uma maneira de repelir insetos voadores que as picam. Mas e nos pandas? Qual a finalidade?
“O nome em chinês para panda significa urso-gato, mas há registros históricos de que a grafia significa comedor de bambu”.
No estudo, os pesquisadores fizeram a comparação das partes separadas do corpo do panda com outras espécies de urso. Os resultados encontrados apontam que as marcações servem para camuflagem e comunicação entre a espécie. A mistura entre a coloração preta e branca permite que o animal consiga se camuflar tanto na época quente quando na frio, já que habitam ambientes de florestas tropicais e também montanhas nevadas. Além disso, o padrão de cores facilita o reconhecimento entre os indivíduos da população. Orelhas escuras podem indicar ferocidade, e o preto ao redor dos olhos pode auxiliar na identificação entre eles e até mesmo significar agressividade em momentos de competição.
A camuflagem é de extrema importância para esses animais. Mas por que? A alimentação dos pandas é baseada praticamente em bambus. Sendo assim, sua reserva energética é limitada, não permitindo que consiga hibernar por longos períodos, como várias outras espécies de ursos. Diante disso, precisam estar ativos durante todo o ano, variando de habitats para a busca de seu alimento.
Medidas de conservação são amplamente aplicadas nesses animais, já que sua caça acontece … Leia mais
Há anos as pesquisas científicas nos demonstram que a Terra passa por períodos cíclicos de aumento e diminuição de temperatura. Nos últimos 100 anos, o clima de nosso planeta esquentou e, a cada ano que passa, é notável o aumento na temperatura. Entretanto, ainda existem grupos que neguem o aquecimento global.
Diversas pesquisas relatam os efeitos das mudanças ambientais como um todo. O grande problema que enfrentamos é o negacionismo científico, onde grandes grupos tendem a tentar derrubar a explicação do aquecimento global. O que falta-lhes entender é que este é um processo natural, e que está sendo acelerado pelo ser humano.
Como demonstrado por Walther et al. (2002), o aumento da temperatura global traz consequências para animais e plantas, principalmente quando se trata do tempo de geração. Na Europa e na América do Norte foram publicados alguns estudos desde os anos 1960 que demonstram algumas mudanças, como a chegada precoce de aves migratórias em certas regiões, o aparecimento antecipado das mariposas na primavera e até a antecipação da desova de alguns anfíbios. Além disso, a invasão de algumas espécies tem sido correlacionada com o aquecimento global, já que este é responsável por mudanças na biota local, permitindo com que espécies adjacentes invadam áreas anteriormente dominadas por outras.
Um dos ecossistemas mais afetados pela mudança ambiental na temperatura é o marinho. Isso acontece porque este fenômeno está diretamente ligado com a acidificação dos oceanos, que afeta diversos seres vivos. A acidificação ocorre por conta do aumento da quantidade de CO2 … Leia mais
Várias pessoas apresentam uma boa reação quando vem uma Arará Canindé, ou mesmo boquiabertos quando vem um majestoso urubu-rei sobrevoando suas cabeças. A imensa quantidade de aves que temos em nosso país possui uma incrível variedade cromática que enriquece as nossas paisagens. O belo padrão de coloração nas suas penas são o que levam a acharmos esses pássaros tão interessantes e bonitos, mas, afinal, quais são os benefícios de ter uma coloração tão chamativa?
O que podemos dizer, é que durante milhares de anos de evolução, mutações e diversos processos evolutivos, incluindo a adaptação a muitos habitats diferentes, proporcionaram à plumagem desses seres voadores uma incrível gama de variedade de cores e formas. Esse padrão de coloração pode ir desde os intensos vermelhos, azuis e verdes em que vemos nos grandes papagaios até tons de cinza e marrom que vemos em espécies de corujas, águias e falcões, que são chamadas de cores crípticas.
Esses padrões diversificados de cor são extremamente necessários para esses organismos, pois cumprem várias funções durante toda a vida do animal.
As penas desse s animais não servem apenas para cobrir o corpo e facilitar o voo. O padrão de coloração em algumas espécies como o Urutau proporcionam uma incrível defesa contra predadores: quando em repouso e imóvel próximo a troncos, a coloração das penas faz com que ele fique parecido com o ambiente em que se encontra, ficando com o corpo camuflado e pouco visível aos predadores. Nas aves, normalmente as fêmeas e seus filhotes … Leia mais
Apesar de Charles Darwin afirmar que a evolução era muito lenta para ser observada diretamente, um de seus leitores prosseguiu com a ideia de que era possível se observar a evolução em ação. O Reverendo William Dallinger (1839-1909) não era apenas um ministro metodista, ele também era muito hábil nos métodos de microbiologia. Durante vários anos, Dallinger cresceu protozoários em uma incubadora, aumentando gradualmente a temperatura da água em que residiam. Esses organismos continuaram a se reproduzir mesmo em uma temperatura de 158° F, que era letal para a espécie anteriormente. Esse experimento considerado por Darwin como “extremamente curioso e valioso” se tornou o primeiro registro de uma linha de pesquisa que ficou conhecida posteriormente como Evolução Experimental.
O primeiro experimento relacionado a evolução biológica com microrganismos ocorreu 29 anos após a publicação do livro On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life (Sobre a Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural ou a Preservação de Raças Favorecidas na Luta pela Vida). Em 1878, Darwin teve acesso através de suas correspondências a detalhes do experimento realizado por um ministro metodista e cientista amador chamado William Dallinger com grandes habilidades nos métodos de microbiologia.
Dallinger tinha percebido algo simples, mas profundo: enquanto os animais e plantas não são adequados para experimentos de evolução, os microrganismos poderiam fazer tal experiência possível. Como os microrganismos são minúsculos, um único copo de vidro poderia conter bilhões deles. Em uma grande … Leia mais
Peido, peidorrera, traque, bufão, flatular, balançar a roseira, largar um quentinho… Enfim, PUM! Magros, gordos, mulheres, homens, classe rica, classe pobre, sem classe… Não importa quem você seja, se nasceu na Terra, é Homo sapiens e possui um ânus, você peida. Alguns são mais fedidos que outros, mais rápidos, mais lentos, mais barulhentos… Alguns vêm acompanhados.
Afinal o que é o peido? Por que peidamos? Por que precisa feder a ovo podre?
Essa não é uma dúvida nova, em 1907 pesquisadores em São Francisco – EUA, já discorriam sobre flatulência, acreditando que sua causa não possuía ligação com o tipo de comida ingerida, mas com a tonicidade do músculo do intestino. Provavelmente ele nunca comeu um souffle de couve-flor da Ana! O gás seria decorrente de ar ingerido ou formado no interior do corpo, o que de certa forma está correta, exceto que naquela época não eram conhecidas as famosas bactérias que ajudam na digestão e que são responsáveis por grande parte do seu pum.
O ar que você ingere enquanto come, bebe ou masca chicletes é facilmente eliminada através do arroto, por isso quando você bebe refrigerante seu arroto cheira. Já aquele ar eliminado por baixo é devido à uma digestão incompleta de alimentos ou por falta de absorção dos mesmos. As colônias de bactérias que habitam nosso intestino geram gases como nitrogênio, metano, hidrogênio, dióxido de carbono como uma parte normal do metabolismo microbiano. Esses gases não possuem cheiro e não serem perigosos, porém, metano e hidrogênio são … Leia mais
Todos os anos, no início da primavera, vemos na cidade de Ribeirão Preto o aparecimento de pequenas visitantes aladas. No começo surgem algumas tímidas, quietas…mas depois seu número aumenta, começa a cantoria (ou gritaria para algumas pessoas!), grandes revoadas acontecem, depois mais espécies aparecem… e quando começa os primeiros ventos frios do outono, elas se vão… Estas visitantes são as aves migratórias!
Algumas destas aves vêm de muito longe, de outros países, atravessando grandes barreiras geográficas… Outras, porém, vêm de perto… de cidades e estados vizinhos…Muitas não completam sua jornada, perecendo no caminho. As que conseguem chegar estão fugindo do frio e da falta de alimentos em sua terra natal. Algumas espécies aproveitam esta estada na nossa região para nidificar. Nidificar significa fazer ninhos, reproduzir, cuidar dos filhotes.
As aves migratórias mais conhecidas, vistas aqui na cidade, são as andorinhas. Algumas espécies vêm dos Estados Unidos, do Canadá, viajando mais de oito mil km para nos alegrar com sua ilustre presença. Outras vêm da Patagônia, sul da Argentina, procurando um lugar mais quente para passar o tempo.
Existem ainda algumas espécies de andorinhas que não deixam Ribeirão Preto nunca…
Se formos um pouco mais atentos e passarmos a contemplar o céu e a natureza com mais atenção, podemos perceber outras aves que só aparecem na nossa região nos meses mais quentes do ano. Temos a tesourinha, um pássaro com a cauda muito longa e bifurcada, que vem em busca … Leia mais
A seleção natural faz com que as espécies sejam selecionadas devido a diversas pressões diferentes; certas espécies são selecionadas aos pares, sendo que mudanças em um indivíduo de uma espécie pode ter respostas na outra. Esse processo é conhecido como coevolução. Mas nem todas as relações entre pares de espécies são necessariamente produtos da coevolução. Por exemplo, nem sempre polinizadores coevoluem com as plantas que polinizam. O que pode acontecer é que alguns polinizadores podem passar a polinizar plantas sem que necessariamente ambas as espécies tenham evoluído juntamente. A coevolução envolve uma exclusividade na relação ecológica, uma dependência entre os indivíduos.
Alguns autores defendem que ocorre uma “corrida armamentista”, em que uma espécie dribla as defesas da outra, como o que acontece entre as larvas da borboleta Mechanitis isthmia e de um parente do tomate, a planta Solanum hirtum. Esses insetos parasitam folhas com espinhos e grandes tricomas (pelos vegetais), que são defesas da planta contra a herbívora. Essas larvas se tornaram aptas para predar folhas com tricomas, o que mostra que o mecanismo de defesa da planta gerou uma resposta no herbívoro, que passou a conseguir usar o recurso, ou seja, comê-la.
Então surge uma característica em resposta a outra, em cada uma das espécies do “par coevolutivo”?
As larvas da M. isthmia criam uma rede de seda que anula o efeito defensivo, possibilitando a predação das folhas. Devido à resposta de defesa da planta, as larvas sofrem forte pressão seletiva, assim … Leia mais