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A preservação começa com a conscientização

Willian Lopes Silva

 

Quando se trata de Conservação da Biodiversidade, um dos grandes problemas que enfrentamos hoje é encontrar uma forma de mudar o foco do homem, de uma visão exploradora para uma visão de sustentabilidade. A consciência humana precisa ser voltada para o mundo não humano. Assim como compreendemos facilmente que nós o “dominamos” e dele usufruímos para nossa sobrevivência, devemos nos ver como seus protetores. É preciso que nos vejamos como promotores da sustentabilidade, vivendo em harmonia no planeta e sobrevivendo com os recursos que dele precisamos. Hoje, desmatar uma área para plantio, botar fogo em uma pastagem, usar excessiva quantidade de agrotóxicos nas lavouras, jogar dejetos nos rios, não são vistos como um atentado à humanidade. A maioria pensa apenas em lucrar e expandir o mercado, esquecendo que a cobertura vegetal e a biodiversidade animal são uma garantia de vida para seus descendentes.

Ecologicamente falando, apenas uma espécie, seja animal ou vegetal, não consegue se manter viva. Existem as necessárias interações ecológicas, que possibilitam a sobrevivência de um ecossistema inteiro. Apenas nós, e algumas espécies de monoculturas, não garantiremos o futuro do planeta, visto que não é só de alimento que precisamos. Também precisamos de novos remédios, de novas fontes de nutrientes, de tantos recursos quanto podemos imaginar.

É necessária uma mudança de atitude quanto à conservação da biodiversidade. Para conseguir isso, um trabalho forte em conscientização precisa ser feito. Mas a conscientização, para ser eficiente, deve vir acompanhada de propostas realizáveis de sustentabilidade. Enquanto apenas … Leia mais

Desbravadores da Natureza

Simone Rodrigues Slusarski

 

Os naturalistas que vieram ao Brasil no século XIX haviam tomado a difícil decisão de viajar, pois além dos perigos da viagem, a comunidade científica não era unânime quanto à valorização do trabalho do viajante.  Muitos dos mais importantes naturalistas europeus nunca viajaram. Para esta função treinava-se jardineiros coletores, desenhistas, pintores e preparadores de animais que acompanhavam ou substituíam os próprios naturalistas.   O exemplo mais conhecido do pesquisador que defendia a viagem como parte indispensável foi Alexander von Humboldt. Acreditava que as impressões estéticas vivenciadas pelo viajante, fazia parte da atividade científica e não podia ser substituída por descrições ou amostras destacadas dos lugares de onde foram tiradas. Alguns dos viajantes-naturalistas que vieram ao Brasil e foram influenciados por esta ideia de Humboldt, como Martius e Saint Hilaire, optaram pelas expedições, pelo simples fato de “ver com os próprios olhos” e assim produzir ciência in loco. Muitos cientistas vieram ao Brasil e cada um deixou uma importante contribuição científica retratando o ambiente, a história e os costumes de nossos povos.

Langsdorff esteve aqui em 1803 e retornou em 1813 como cônsul da Rússia. Em 1820 foi encarregado pelo governo Russo a organizar uma expedição científica, a qual fizera parte Riedel e Freyreiss. Esta missão organizou um herbário com 60.000 exemplares que foi levado para São Petersburg, hoje Leningrado. Sellow nasceu em 1789 na Alemanha, conheceu Humboldt e Langsdorff, veio jovem para o Brasil e com recursos financeiros dos dois amigos pode desenvolver suas pesquisas. Foi Sellow o … Leia mais

Carregando as baterias

Karine Frehner Kavalco.

 

Depois de um dia cheio de atividades, uma boa noite de sono costuma ser fundamental. Quando dormimos entramos em um estado de inconsciência, do qual podemos ser despertados por estímulos do ambiente, entre eles os sensoriais. O coma e a anestesia não podem ser considerados sono, embora possuam muitas características semelhantes a este. Durante uma noite normal, todos passam pelo menos por dois “tipos” de sono, o sono de onda lenta, e o sono paradoxal.

 

Enquanto o corpo descansa…

Este tipo de sono é denominado também de sono repousante profundo, sono sem sonho, sono de onda delta ou sono normal. O sono profundo de onda lenta é destituído de sonho, muito relaxante e está associado a uma diminuição tanto do tônus vascular periférico quanto da maior parte das funções vegetativas do organismo. Diminui também a pressão arterial, a frequência respiratória e o índice de metabolismo básico. Esta é uma parte do sono em que o corpo realmente entre em repouso, tanto das funções conscientes quando de parte das funções autônomas, que incluem aquelas que não são controladas por nossa vontade, como a peristalse, por exemplo. Este sono repousante é interrompido periodicamente por um segundo tipo de sono, o sono REM.

 

   … A mente divaga

Durante um período normal de sono ocorrem episódios de sono paradoxal, que duram de 5 a 20 minutos, em média a cada 90 minutos, ocorrendo o primeiro episódio 80 a 100 minutos após a pessoa adormecer. Quando a pessoa está muito … Leia mais

O perigo está próximo, abandonado na rua!

Rubens Pazza

 

Você certamente já observou cachorros ou gatos correndo pelas ruas de sua cidade, não? Já parou para pensar se alguém cuida deles, se os está vacinando e os mantendo vermifugados? Já parou para observar seu comportamento, a maneira como viram o lixo na rua e correm na frente dos carros? Pois bem, estes animais inocentes podem ser transmissores de zoonoses. Zoonoses são doenças típicas de animais que podem ser transmitidas para os seres humanos ou vice-versa. Estas doenças são causadas por vermes parasitas, fungos, vírus ou bactérias, e os cães e gatos, juntamente com morcegos, ratos, aves e insetos são os principais transmissores. Dentre as zoonoses mais comuns, pode-se destacar a raiva (hidrofobia), a hantavirose, a leptospirose, a Leischmaniose, a peste bubônica, a toxoplasmose, a psitacose, a histoplasmose, o bicho-geográfico, entre outras. Os modos de transmissão vão desde o contato direto com o animal como também do contato indireto, através de água ou hortaliças contaminadas com fezes ou urina, por exemplo, ou ainda através de um vetor (em geral um mosquito ou pulga).

 

  O perigo esta proximo, abandonado na rua! (rubens)

Animais de companhia são abandonados nas ruas, onde se reproduzem e aumentam o problema das zoonoses. Todos são responsáveis e devem incentivar a posse responsável. Fotos: World Wide Web.

 

Não é brincadeira!

Várias destas doenças são fatais, especialmente por terem sintomas confundidos com os de uma gripe comum. O tempo de incubação (tempo entre a infecção e o aparecimento dos sintomas) pode ser longo, dificultando também o diagnóstico, pois o paciente pode … Leia mais

Conservação da Biodiversidade em Minas Gerais

Jaqueline Dias Pereira

As Unidades de Conservação ou “UCs” dividem-se em várias categorias, dentre elas: Estação Ecológica Reserva Biológica, Parques, Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre. O Estado de Minas Gerais conta com várias UCs e o órgão responsável por essas unidades é o Instituto Estadual de Florestas (IEF). Segundo o IEF, as UCs são importantes para a conservação da biodiversidade dos biomas brasileiros, pois criam instrumentos legais para o estabelecimento de medidas de manejo e fiscalização. Elas contribuem significativamente à preservação de espécies ameaçadas de extinção, preservação dos recursos hídricos (nascentes, rios, cachoeiras), valores culturais, históricos e arqueológicos, além de promoverem estudos e pesquisas científicas, educação ambiental e turismo ecológico.

Dentre as várias unidades administradas pelo IEF, destacam-se os Parques Estaduais, como o Ibitipoca, Itacolomi, Rio Doce, Nova Baden, Serra do Brigadeiro, Rola-Moca e outros. Destaco aqui o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (PESB), localizado na região da Zona da Mata de Minas Gerais, ocupando uma área de 14.984 hectares no extremo norte da Serra da Mantiqueira, abrangendo os municípios de Araponga, Fervedouro, Miradouro, Ervália, Sericita, Pedra Bonita, Muriaé e Divino. Neste local predominam montanhas, vales, chapadas, encostas, além de diversos cursos d’água e da Mata Atlântica.  O PESB é uma das áreas prioritárias para conservação no estado de Minas Gerais. Nele ocorrem extensas áreas cuja flora ainda é pouco conhecida, assim como ocorrem em várias outras áreas do território nacional.

Vale destacar, no PESB, a Trilha do Muriqui, conhecida por abrigar várias populações destes primatas, pertencentes … Leia mais

Presente ontem, hoje e certamente amanhã

Susana Johann

 

Na sua definição mais ampla, a biotecnologia é uma área multidisciplinar que utiliza princípios científicos de diversas ciências (como a microbiologia, bioquímica, genética, engenharia química, entre outras) para o processamento de materiais por agentes biológicos (microrganismos, células, moléculas) com várias contribuições à sociedade.

Benditos micro-organismos.

Durante milhares de anos a biotecnologia tem sido utilizada para a produção de variados bens alimentar, tais como pão, queijo, vinhos e outros produtos fermentados. Nestes processos de manufatura a flora microbiana natural atuava espontaneamente, obtendo-se produtos fermentados com características diferentes.

 

Presente ontem, hoje e certamente amanhã (Susana)

A cerveja é conhecida dos Egípcios já milhares de anos, e é um ícone dos produtos biotecnológicos.

Futuro da ciência

Com o conhecimento da estrutura do material genético (DNA ou ácido desoxirribonucleico) e seu correspondente código genético, a partir dos anos 70, tem-se uma nova fase da biotecnologia, que trata da transferência de genes entre espécies, resultando nas plantas geneticamente manipuladas, também denominadas transgênicas ou OGM (organismo geneticamente modificado). Através da manipulação dos genes é possível direcionar os mecanismos da célula viva para fins específicos, tornando possível uma célula fazer algo para o qual ela não estava programada.

Os benefícios são irrestritos

O uso das ferramentas da biotecnologia tem produzido uma riqueza de conhecimento em diversas áreas. O impacto dela pode ser sentido em diversos setores. No setor agrícola observa-se a produção de adubo composto, pesticidas, silagem, mudas de plantas ou de árvores, plantas transgênicas, e na pecuária a produção de embriões, etc. Na indústria de alimentos a biotecnologia nos fornece … Leia mais

Para quê servem as matas ciliares?

Simone Rodrigues Slusarski

 

A vegetação marginal aos cursos de água tem classificação diversificada no Brasil em decorrência, principalmente, da sua ampla distribuição e dos diferentes ambientes em que ocorre. É tratada na literatura com uma nomenclatura variada e confusa, dentre elas, floresta (ou mata) ciliar, de galeria, de várzea, ribeirinha, ripária (ripícola) ou aluvial estão entre as denominações mais comumente utilizadas, das quais mata ciliar é a mais popular. Em relação aos termos, ciliar é derivado de cílio, referindo-se a proteção; ripária significa próximo ao corpo de água; zona ripária é definida como um espaço tridimensional que abrange vegetação, solo e rio e ecossistema ripário quando se inclui sistemas, processos e mecanismos. Essa vegetação às margens dos cursos de água, na interface entre os ambientes aquáticos e terrestres, é denominada ecótono ripário. Alguns autores utilizam o termo vegetação ripária, aplicando-o a toda e qualquer vegetação da margem, pois o termo ripário permite abrangência não apenas da vegetação relacionada ao corpo de água, mas também aquela localizada nas suas margens.  A importância da vegetação ripária está relacionada às suas funções, dentre elas: estabilidade das margens pela manutenção e desenvolvimento de um emaranhado de raízes, evitando a erosão; armazenamento e qualidade da água da micro bacia por meio da filtragem de nutrientes, sedimentos e agrotóxicos; através de suas copas, intercepta e absorve a radiação solar, contribuindo para a estabilidade térmica dos pequenos cursos de água; mantém a biodiversidade do ecossistema aquático e terrestre;  atua como corredores ecológicos que interligam diferentes unidades … Leia mais

Entender o presente, olhando o passado

Juan Carlos Cisneros

Os fósseis, que nada mais são que restos de formas antigas, são conhecidos pela humanidade desde tempos remotos. O homem pré-histórico usava ossos fósseis como matéria prima para criar ferramentas e arte. E isto ainda é feito por algumas culturas primitivas.  A ciência que estuda os fósseis é a Paleontologia (do grego palaios=antigo, onto=ser, logos=conhecimento; “conhecimento de seres antigos”). A Paleontologia é uma ciência que se situa em uma interface entre a Biologia e a Geologia, usando conhecimentos de ambas.

Poucos ramos do conhecimento têm fornecido tantas evidências em favor da evolução das espécies como a Paleontologia. É difícil não aceitar que as aves descendem dos répteis, após observar com atenção os restos da ave primitiva Archaeopteryx. É difícil não reconhecer o parentesco tão próximo entre o ser humano e os outros primatas, após observar o esqueleto de algum hominídeo primitivo.

É muito provável que os ossos e as pegadas de grandes animais pré-históricos tenham dado origem às lendas sobre vários seres mitológicos. Na China os restos de dinossauros são ainda conhecidos na linguagem popular dos camponeses como “ossos de dragão”.  O mito do Grifo, que, segundo a narração de Heródoto habitava entre a Mongólia e a China, seguramente originou-se pela observação de restos de Protoceraptops (dinossauro do mesmo grupo de Triceratops), comuns nessa região.  Na Europa, algumas narrações sobre dragões como a de Siegfried e a de São Jorge, podem ter se originado pela observação das pegadas de grandes répteis do período Triássico, tais como ChirotheriumLeia mais

Seleção x Sorteio

 

Rubens Pazza

Definitivamente, evolução não ocorre ao acaso. Mas afinal, o que torna a evolução biológica não aleatória? Sem mesmo cunhar o termo “Evolução”, Darwin nos explica que as espécies sofrem mudanças ao longo das gerações, e que um processo chamado de “seleção natural” atua escolhendo os indivíduos que transmitirão suas características aos descendentes. Em outras palavras, a seleção natural determina quem viverá o tempo suficiente para se reproduzir, através do instinto básico de perpetuação da espécie.

Ora, se há uma seleção, não pode haver aleatoriedade. Não existe seleção “ao acaso”. Tomemos um exemplo: toda semana, inúmeras pessoas escolhem seis números que imaginam (e esperam) que sejam escolhidos dentre 50 em um determinado jogo da loteria. Caso acertem, recebem uma soma em dinheiro. Em um local apropriado, há uma urna contendo 50 bolas que representam os 50 números do jogo. Dessa urna retiram-se seis bolas, completamente ao acaso. Nenhum fator específico força a saída de um número da urna em detrimento de outro. Ou seja, os números são sorteados, tirados da urna aleatoriamente, um a um. Jamais diríamos que seis números são selecionados, mas sim, que foram sorteados.

Compare agora com o próximo exemplo: um determinado produtor planta feijão e retira de sua produção as sementes que utilizará na lavoura no próximo ano. Para isso, escolhe para o próximo plantio sempre as maiores sementes. As sementes menores são enviadas à Cooperativa. Não se pode dizer que as sementes que ele utilizará na próxima safra foram escolhidas ao acaso. O … Leia mais

Tosse, chiado e falta de ar?

Tatiana Frehner Kavalco

A asma é uma doença pulmonar muito comum, sendo de maior impacto em populações afrodescendentes e latinas que vivem nos grandes centros urbanos. Sua prevalência vem aumentando em algumas regiões do mundo, devido principalmente às mudanças climáticas e ambientais pelas quais o planeta passa.

A asma ocorre em pessoas de todas as idades, mas é predominante nos primeiros anos de vida (aproximadamente metade dos casos surge antes dos 10 anos). Na infância ocorre mais nos meninos e em torno dos 30 anos a proporção é equilibrada entre homens e mulheres. É uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias, ou seja, é causada por um estado de inflamação persistente mesmo quando na fase sem sintomas. A asma é marcada pelo engrossamento da parede das vias respiratórias, causado pela contração do músculo dos brônquios (broncoconstrição). Juntamente com a diminuição do diâmetro das vias respiratórias, ocorre uma grande resposta imunológica, gerando edema local (inchaço) e produção de muco espesso.

Os estímulos mais comuns que desencadeiam uma crise de asma são agentes alérgicos (às vezes relacionados com estações do ano – pois o regime hídrico e temperatura mudam a umidade e constituição do ar), a poluição do ar e do meio ambiente, fatores relacionados ao trabalho, infecções respiratórias, estresse emocional e exercício (geralmente as crises começam depois do esforço e não durante o exercício).

Exemplos de agentes alérgicos são: pólen; penas, pelos, poeiras, soros e secreções de animais e insetos; ácaros do mofo; poeiras de vegetais (como carvalho, cereais, farinha, mamona, … Leia mais