Volume 12, número 2

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Surgimento e radiação dos Tetrápoda

A origem e evolução dos tetrapoda é bastante evidenciada no registro fóssil e apresenta uma enorme corrida evolutiva. A diversificação conhecida como transição peixe-tetrápode ocorreu do meio para o final do Devoniano há cerca de 380 milhões de anos atrás, começando mais especificamente durante o Givetiano. O grupo basal mais antigo conhecido são os Osteolepidídeos e parece improvável que mais tetrapomorfos ocorreram antes deles. O processo entre a origem e radiação de novas espécies levou cerca de 10 milhões de anos e novas descobertas acerca dos grupos fósseis achados ajudam cada vez mais na estruturação teórica sobre eventos que proporcionaram a radiação dos tetrápodes.

Entre os tetrapodomorfos, os aspectos da morfologia importantes são: região do espiráculo, arco hióide e os membros anteriores. A região espiracular está intimamente relacionada à respiração aérea, enquanto os membros anteriores foram sugeridos como apoio para a porção anterior do corpo quando os animais emergiram parcialmente da água. O ato de respirar ar atmosférico e com os membros oferecendo maior suporte, foi o necessário para que eles pudessem explorar o ambiente terrestre, e depois, radiar e se diversificar no grupo tetrápode que conhecemos hoje.

Informações a respeito do ambiente e estudos sobre a composição geológica predominante no período explicaram alguns eventos que levaram à adaptação da respiração atmosférica. A temperatura diminuiu, em média, 5°C desde o início do Devoniano até meados do Carbonífero. Os níveis de CO2 na atmosfera eram mais elevados, enquanto os níveis de gás oxigênio eram relativamente baixos nesse período. Assim, pensando que … Leia mais

Um legítimo rioparanaibano, a resiliência de uma recém descrita espécie

Na grande área das ciências biológicas uma das tarefas mais difíceis, e recorrentes, que um cientista tem é delimitar espécies. Mas afinal, o que é uma espécie? O que parece ser uma pergunta fácil de ser respondida geralmente causa um verdadeiro nó na cabeça dos biólogos. O motivo disso é que os organismos vivos se diferenciam mais ou menos uns dos outros, e essa variação acontece tanto acima quanto abaixo do nível de espécie. Desta forma, “espécie” nada mais é do que um termo criado por nós humanos para delimitar organismos que são suficientemente diferentes entre si. A grande dificuldade fica em se determinar quão diferente um organismo precisa ser do outro para serem considerados de diferentes espécies, ou em outras palavras, onde termina uma espécie e onde começa outra.

Diferentes conceitos foram propostos ao longo dos anos para auxiliar neste dilema, levando em consideração aspectos como reprodução, genética, morfologia, história evolutiva, nicho ecológico e etc. Cada um desses conceitos apresenta seus méritos e suas falhas, mas no geral os pesquisadores concordam que usar diferentes métodos e fontes de informação biológica é a melhor solução. Uma última questão que devemos discutir é a distribuição geográfica das espécies, já que algumas, como a nossa, ocorrem em todo planeta, enquanto outras podem ter uma distribuição mais restrita, podendo até serem encontradas em um único local, sendo chamadas de espécies endêmicas. Agora já imaginou que legal seria ter uma espécie que ocorre apenas em sua cidade? Pois esse é um orgulho que os … Leia mais

Como os seres humanos tem descarregado a bateria do planeta Terra

Desde a explosão da biodiversidade que ocorreu no Cambriano, a biosfera terrestre adquiriu enormes bancos de biomassa viva. E a partir dos episódios de extinção surgiram enormes reservas de combustíveis fósseis por todo planeta. Assim, a Terra obteve um balanço energético que, embora seja frequentemente perturbada por alguns episódios como glaciações, atividades tectônicas e asteroides, mantém uma flutuação média de taxas de entrada e perda de calor.

Entre o surgimento da nossa espécie e a subsequente colonização de todo o globo, tivemos diversos marcos ao longo da história humana. Nos primórdios, aprendemos a obter calor a partir da queima de materiais. Logo depois houve o desenvolvimento agrícola e posteriormente à revolução industrial. Assim, viemos alterando o planeta em prol da nossa civilização. Mas como todo bônus tem seu ônus, com as grandes demandas da civilização atual, nossa espécie vem gastando todos os estoques de energia química disponíveis. Nossos bancos de combustíveis fósseis são limitados e sua queima causa liberação de elementos retidos no solo, como carbono, hidrogênio, enxofre, entre outros, para a atmosfera.

Para ilustrar isso, pensemos em uma bateria. Onde o nosso planeta é o cátodo, ou seja, o polo positivo da bateria, e o espaço é o ânodo, polo negativo. O gradiente de energia obtido nessa bateria sustenta toda a biosfera, incluindo nossa espécie. Porém, essa bateria foi carregada apenas uma vez. Pense em uma casa onde o sistema elétrico funciona como uma grande bateria que recebeu apenas uma única carga. A princípio, tudo funcionaria perfeitamente, mas com … Leia mais