Volume 14, número 4

O que a teoria dos jogos tem a ver com comportamento animal?

A teoria dos jogos é uma teoria matemática que foi desenvolvida nas décadas de 40 e 50 pelo matemático húngaro John von Neumann para entender como as pessoas tomam decisões. Basicamente, ela é como um conjunto de regras matemáticas para entender como as pessoas fazem escolhas quando estão em situações de conflito com outras pessoas, servindo como ferramenta para ajudar a tomar decisões inteligentes quando você está competindo com outras pessoas. A teoria dos jogos é frequentemente estudada em sua forma matemática pura e aplicada como uma ferramenta para compreender sistemas complexos, como análise teórica em eleições, leilões, equilíbrio de poder e evolução genética, entre outros.

Vamos ver um exemplo para entender melhor. Imagine dois ladrões, Al e Bob, presos em celas diferentes, acusados do mesmo crime. O delegado faz uma proposta: eles podem confessar ou negar o crime. Se ambos negarem, eles pegam um ano de prisão. Se ambos confessarem, pegam cinco anos. Mas se um confessar e o outro negar, o que confessou vai livre, e o outro pega dez anos.

Como resolver esse dilema? Analisemos a Figura 1. Considere o sinal negativo representando a quantidade de anos que o prisioneiro ficará preso a depender de sua escolha em relação a do outro. Exemplo, se Al negar e Bob confessar, Al pegará 10 anos de prisão e Bob ficará livre.

Figura 1. Tabela representando o dilema dos prisioneiros. O sinal de menos (-), indica quantos anos a pessoa ficará presa. O primeiro número se refere à Al
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A intrigante história evolutiva dos Pterossauros

Se você gosta de pterossauros e os acha incríveis, saiba que muitos cientistas ao redor do mundo concordam com você. Apesar de extintos, os fósseis nos revelam que estes animais eram criaturas fantásticas. O que os pesquisadores já descobriram ao longo de anos de estudo é, no mínimo, muito intrigante.

Pterossauros foram enormes répteis voadores. É isso mesmo, não são dinossauros!  Eles viveram entre 210 e 66 milhões de anos atrás. Ao longo da vida na Terra, eles foram um dos 4 grupos que conseguiram desenvolver a habilidade de voar, juntamente com os morcegos, os insetos e as aves. Algumas pessoas podem confundir os nomes, pois pterossauro e pterodáctilo são bastante parecidos. A real é que o pterodáctilo é uma espécie de pterossauro, uma das 17 espécies que já viveram neste planeta.

Mas, apesar de todo o registro fóssil, principalmente porque não são tão bem preservados quanto outros, não tínhamos certeza absoluta de como era a alimentação deles. Sabemos apenas que, assim como a grande maioria dos répteis, eles eram carnívoros. Entretanto, somente isso era muito raso, e não esclareceu todas as dúvidas que alguns estudiosos levantaram durante anos sobre esse tema. Foi com base nisso que alguns pesquisadores se propuseram a desenvolver um estudo inovador que analisava os dentes preservados de várias espécies de pterossauros vivos. Utilizando métodos avançados de imagem e análise, esses pesquisadores conseguiram visualizar diferentes padrões de marcas e desgaste, micro fissuras, nos dentes que puderam ter acesso.

Com essas análises, os pesquisadores puderam inferir que, … Leia mais

Seres vivos e ambientes extremos

Todo organismo necessita de condições e recursos básicos e específicos à sua espécie para sobreviver, manter sua atividade metabólica e se reproduzir. Recursos são as coisas que podem ser consumidas pelos organismos, como alimento, parceiro sexual ou espaço, por exemplo, gerando competição. Já as condições não causam o confronto entre indivíduos, elas afetam todos e não são consumidas, como temperatura, umidade, radiação ou pH, por exemplo, características físicas do ambiente. Mas tanto condições quanto recursos limitam a ocorrência dos organismos.

Condições consideradas ideais variam entre espécies e até mesmo de indivíduo para indivíduo. Do ponto de vista humano, um ambiente com temperatura superior a 65°C é extremo, e para muitos seres vivos é mesmo. Porém, há organismos que vivem em ambientes como esse, os quais são chamados de extremófilos.

Mas há um fator a se considerar sobre isso: se alguns seres realizam seus ciclos de vida nesses ambientes e continuam a se reproduzir, por que chamar esses ambientes de extremos? No artigo de revisão “Life in extreme environments”, de Rothschild e Mancinelli (2001), os autores consideram essas questões como filosóficas, mas não deixam de ser questionamentos importantes para se levar em consideração. Porém, há condições que impedem o funcionamento da maioria das proteínas e enzimas essenciais à vida, e o termo extremófilo vai ao encontro do organismo que consegue driblar essas condições. Assim, os autores, ao decorrer da revisão, consideram esse sentido de ambientes extremos e seres extremófilos.

Como já citado, a temperatura, muito alta ou muito baixa, pode afetar … Leia mais