Volume 6 – 2015

Um novo membro já ameaçado

Foi descoberta recentemente nas florestas da Amazônia, uma nova espécie de primata. Conhecida popularmente como zogue-zogue-rabo-de-fogo (Callicebus miltoni), foi avistada pela primeira vez em 2011 no Mato Grosso e possui como característica marcante, e originária de seu nome popular, uma cauda avermelhada. São animais de cerca de 30 cm, de hábito arborícola e diurno e se alimenta principalmente-de-frutos.

Para confirmar a hipótese de que se tratava de uma nova espécie, foram feitos estudos de comparação de cores da pelagem, tamanho do crânio e corpo com as outras espécies do gênero. Os pesquisadores explicam que a primeira característica de comparação já foi suficiente para notar-se que se tratava de uma nova espécie, assim como dados moleculares obtidos posteriormente.

Porém, apesar de recentemente descoberta, a espécie já se encontra ameaçada e extinção, tendo como principal causa o constante desmatamento da região. Devido a isso, pesquisadores alertam a necessidade de mais estudos acerca da nossa biodiversidade, e das medidas a serem implementadas para tornar mais eficiente a conservação da mesma.

Por: Rosana Mesquita.Leia mais

Transformando capim em energia

Originário na África e inicialmente implantado no Brasil como fonte de alimento para o gado, o capimelefante (Pennisetum purpureum) surge como utilidade em um novo campo de pesquisa: como fonte sustentável de energia!

Mas o que é energia sustentável?! É aquela que possui um ciclo equilibrado de produção e consumo, ou seja, seu uso é mais lento, permitindo que nesse tempo a natureza seja capaz de “repor” o que foi gasto. É um tipo de energia que leva em conta fatores ambientais, diminuindo o máximo possível os riscos causados aos recursos naturais e, assim, mantendo a existência destes para as gerações futuras.

Capimelefante, um tipo de gramínea perene, pode atingir até 5m de altura, possuindo em seu topo uma inflorescência de cerca de 15cm. Seu ingresso neste novo campo se deve principalmente em possuir rápido crescimento e alta produção de biomassa vegetal, além de contribuir eficientemente para o aumento de matéria orgânica no solo. Outro ponto positivo ao seu uso, também está relacionado ao seu metabolismo fotossintético C4, o qual contribui para uma maior eficiência no acúmulo de matéria seca e uma melhor assimilação de energia solar, aumentando a quantidade de biomassa produzida durante a fotossíntese.

Todo o processo é facilitado pelo cultivo simples do capim, o que desperta ainda mais interesse das indústrias. A espécie necessita de áreas pequenas para plantio, podendo ser instaladas até mesmo nos intermédios das indústrias, diminuindo gastos com transporte; pode ser plantada em solos pobres em nutrientes; é capaz de recuperar solos degradados; e … Leia mais

A perda diária da biodiversidade

O sistema de transporte brasileiro consiste principalmente em uma matriz rodoviária, onde ocorre mais de 60% do escoamento dos produtos devido,
principalmente, à falta de investimentos e limitação do país nos sistemas fluviais, aéreos e ferroviários.

O uso de rodovias aumenta constantemente as taxas de atropelamentos de animais silvestres. De acordo com o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), da Universidade Federal de Lavras em Minas Gerais, a cada um segundo, 15 animais são atropelados no Brasil, dado que pode ser ainda mais assombroso, já que segundo pesquisas, até 475 milhões de animais silvestres morrem em nossas rodovias por ano. Esses números ainda são subestimados, pois existe pouca fiscalização, além de fatores como a taxa de remoção, a qual pode ser feita por exemplo pela chuva ou vento, o que dificulta estimar com precisão os reais dados.

A grande maioria dos animais silvestres atropelados, são pequenos vertebrados, sendo aproximadamente 90% dos casos, como por exemplo: sapos, cobras e pequenas aves. Segundo o CBEE, o restante está dividido entre animais de médio porte, cerca de 9%, como por exemplo: macacos, tamanduás mirins e veados. E 1% em animais de grande porte, como por exemplo: onças pintadas, lobo-guarás e capivaras. Onde muitas dessas espécies estão nas listas vermelhas de risco de extinção, prejudicando assim a biodiversidade brasileira.

O problema é que as estradas afetam de várias formas os ecossistemas, seja fisicamente por causa da erosão, aeração, sedimentação e a hidrologia local, quanto quimicamente, por causa da poluição e contaminação … Leia mais

Você conhece o sorgo?

O sorgo, Sorghum bicolor spp bicolor (L.) Moench, é uma planta africana, ela foi introduzida no Brasil no séc. XX. É uma planta herbácea anual, com altura média de 1 m podendo atingir até 5 m, dependendo do local de cultivo. Suas raízes são profundas e possui um caule sólido dividido em colmos ricos em sacarose. Suas folhas são longas podendo alcançar até 1 m, com 10 cm de largura, com margens planas ou onduladas. A flor é agrupada num conjunto de flores, denominado inflorescência, que fica na parte mais alta da planta, essa estrutura mede de 5 a 50 cm(Figura 1).

O grão do sorgo é redondo com diâmetro que varia entre 4 a 8 mm que variam em tamanho, forma e cor de acordo com a espécie, tem um peso entre 3 e 80 mg. Na parte externa do grão encontra-se uma boa reserva proteica, variando de 9 a 12%, no embrião e na porção interna do grão está armazenada uma alta reserva de amido (carboidrato), variando de 55 a 86%.

O sorgo se adapta bem ao clima quente, apresentando estruturas hábeis de tolerância à seca, às altas temperaturas, à elevada incidência de luz, e ao déficit hídrico. Algumas espécies são adaptadas a diferentes climas, inclusive às regiões temperadas (frias), desde que nessas áreas aconteça um período sem chuva e seco para que haja o desenvolvimento da cultura. Mundialmente mais de 35% é cultivado diretamente para consumo humano e os 65% restantes são utilizados principalmente para a alimentação … Leia mais

A luta diária das plantas para sobreviver

Sempre que pensamos em como os organismos conseguem suportar a pressão da natureza, imaginamos animais como os mamíferos, que possuem pelos para proteger a pele e manter a temperatura corporal; pensamos também nos camelos que conseguem ficar até quinze dias sem beber água, suportando assim, viver no deserto. Em contrapartida, dificilmente nos recordamos das plantas como organismos que efetivamente lidam com a forte pressão natural. O motivo? Talvez porque as plantas sejam “bichinhos bem parados” e não chamem tanta atenção. Tomemos como exemplos, então, o fato das plantas serem imóveis, será que isso não gera nenhuma complicação par elas? Bom, no caso dos animais, quando sentem sede ou muito calor, podem tentar se esconder debaixo de uma árvore, correr para dentro de uma toca ou até se manter dentro da água para que se refresquem, mas e se fosse uma planta que quisesse evitar altas temperaturas, como ela faria? É claro que uma planta não sente calor como nós animais sentimos, mas grandes taxas de iluminação e temperaturas muito altas fazem com que as plantas tenham grande perda de água, o que pode causar ressecamento, podendo levar o organismo à morte. Portanto, sob esse ponto de vista, a vida das plantas é muito complicada, uma vez que elas suportam condições muito adversas; como em ambientes com alta irradiação solar, nem sempre há grande quantidade de água a disposição da planta, e a cada troca gasosa (entrada de CO2 para a fotossíntese), ocorre muita perda de água para o meio.

Vegetais … Leia mais

Descoberto o fóssil da ave mais antiga do Brasil

A paleontologia brasileira passa por grandes novidades, e a mais recente é a descoberta de um pequeno fóssil de ave na Bacia do Araripe, no Ceará. A espécie, descrita por pesquisadores brasileiros e argentinos, foi dada como a ave mais antiga encontrada no Brasil. O fóssil foi encontrado em 2011, em rochas de calcário, material de excelente conservação durante milhares de anos.

Ainda sem nome científico, a ave pré-histórica, faz parte do grupo dos Enantiornithes, e possibilita estudos evolutivos a respeito das aves da América do Sul, já que o fóssil se encontra extremamente conservado, com grande parte da sua plumagem original.

As características detectáveis da espécie foram: um par de asas proeminentes, plumagem espessa, olhos grandes, cauda longa (8 cm), tamanho total de cerca de 14 cm. Supõe-se que se alimentava de insetos comuns na região encontrada e, pelas análises ósseas, o indivíduo encontrado era jovem. Pesquisadores destacam a importância da alegando que favorecerá para um maior entendimento acerca da origem das aves pertencentes ao grupo e posterior a evolução das mesmas, assim como sua total distribuição de forma paleobiogeográfica.

Por: Rosana Mesquita.Leia mais

Captura Predatória e Comércio Ilegal de Aves!

Todos sabem que a biodiversidade no Brasil é enorme, e com as aves não é diferente. Nosso país abrange cerca de 1700 espécies de aves, o que garante a ocupação da terceira colocação de maior riqueza de aves do planeta, perdendo apenas para a Colômbia e o Peru.

Apesar dessa riqueza, com os mais diversos tamanhos e cores, o país é um dos que mais sofrem com traficantes da fauna silvestre. Segundo inúmeros sites, o comércio ilegal de animais silvestres, em especial o de aves, é a terceira atividade clandestina que mais move dinheiro ilegal, perdendo apenas para o tráfico de armas e o de drogas.

Existem leis regulamentadas para a venda de animais silvestres, porém, isso se trata de um processo um tanto quanto burocrático, o que leva pessoas com “pouco tempo” e muito dinheiro a abusar do comércio ilegal.

A captura para comércio ilegal de aves envolve métodos totalmente invasivos ao animal e a toda a biodiversidade local, principalmente devido a precariedade dos transportes usados, o que causa danos físicos e “emocionais” às espécie (estimase 9 mortes em cada 10 animais). Os traficantes geralmente adotam práticas agressivas, como cegar o animal, ingestão de calmantes e bebidas alcoólicas, para aquietar os animais, evitando assim complicações com fiscalizações. Filhotes são retirados de seus pais dessa forma, perdendo todo o cuidado parental, processo importante no desenvolvimento do indivíduo. Esses animais são traficados para pet shops, colecionadores particulares que tem prioridade por espécies raras e ameaçadas de extinção. Ao longo do tempo, … Leia mais

Herbário: local de pesquisa, ensino e extensão!

Herbário é uma coleção biológica de plantas desidratadas (secas) que foram coletadas e processadas de acordo com técnicas próprias e que tem como objetivo a formação de um banco de informações sobre a flora.

A planta coletada na natureza passa por processos que vão desde a secagem, identificação científica até o armazenamento do material no acervo. O material preparado recebe uma etiqueta que contém informações sobre dados observados no momento da coleta, procedência do material, nome popular e científico da espécie, família botânica a qual pertence e por fim um número de registro que indicará que a amostra se tornou patrimônio da Instituição a qual o herbário é vinculado.

A amostra obtida recebe o nome de exsicata que é a unidade básica da coleção de um herbário. As exsicatas apresentam flores e/ou frutos que são indispensáveis para identificação da espécie.Todas as exsicatas da coleção de um herbário são armazenadas em armários de metais em salas com umidade e temperatura controladas a fim de evitar a proliferação de fungos e insetos que possam eventualmente danificar o material e trazer prejuízos para as pesquisas científicas.

Herbários são importantes instrumentos de apoio à pesquisa científica. O material depositado nesse tipo de coleção serve como fonte para diversos estudos.

O acervo contém uma documentação científica importante que auxilia o pesquisador identificar o nome científico de uma planta por meio de comparação com o material devidamente identificado e confirmado por especialistas botânicos. Um herbário também é utilizado por alunos de diversos cursos relacionados à biologia … Leia mais

Os microrganismos a nosso favor!

Embora sejam os culpados por estragarem nossos alimentos ou provocarem diversas doenças infecciosas ou cancerígenas – no caso dos vírus em nós humanos e em outros animais, muitos microrganismos estão também a nosso favor. Os motivos que nos levam a afirmar isso são muitos,e um exemplo simples visualizado no nosso dia-a-dia é a decomposição de matéria orgânica,que ocorre devido,não só a fatores físico-químicos,mas principalmente à ação metabólica de várias espécies de bactérias e fungos. Microrganismos são capazes de transformar o lixo orgânico em adubo, se aplicarmos técnicas de compostagem; podem ainda sintetizar substâncias essenciais para a produção de alguns medicamentos dos quais eventualmente necessitamos, como os antibióticos, ou até mesmo alguns antiparasitários; são também utilizados para o tratamento de esgotos e outros poluentes – biorremediação.
Mas o principal objetivo aqui é relatar o poder dos microrganismos na fabricação de alguns de nossos alimentos. Isso mesmo! Fungos e bactérias são amplamente utilizados em processos biotecnológicos de fermentação industrial, transformando matérias primas em produtos deliciosos, e consumidos com frequência por nós. Queijos, iogurtes, pães, vinhos, cachaças, cervejas, e outras bebidas alcoólicas destiladas, são exemplos clássicos de resultados da ação dos microrganismos. Como isso acontece? Para entender, precisamos saber do que se trata a fermentação industrial, que é crucial na produção desses alimentos: ou sem a utilização de oxigênio, respectivamente para a transformação de um substrato em um produto de interesse.

Vamos então aos exemplos: para transformar o leite em queijo, é necessário que ele seja coalhado, e essa reação só é possível … Leia mais