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Macaúba de Proveta.

Luciano Bueno dos Reis.

 

A macaúba, conhecida no meio científico como Acrocomia aculeata, é uma palmeira da Família Arecaceae ou Palmae, bastante comum no Sudeste e Centro-oeste do Brasil, sobretudo no bioma do Cerrado. Ela pode atingir até 15m de altura e sua estirpe apresenta muitos espinhos, assim como as folhas e cachos de frutos (coquinhos). No seu nome científico, “aculeata” faz referência à presença destes espinhos, os quais são negros, com cerca de 10 cm de comprimento.

A polpa da macaúba é rica em carotenóides (provitamina A) e em um experimento realizado com ratos, a adição de farinha da polpa de macaúba à ração se mostrou melhor que a adição da Vitamina A industrializada. Esta palmeira também apresenta forte interação com a fauna e seus frutos fazem parte da dieta de araras, capivaras, antas e emas, entre outros animais, os quais são os dispersores das sementes. Grande produtora de óleo de excelente qualidade, a macaúba pode se tornar uma importante fonte de matéria-prima para produção de biodiesel, especialmente em Minas Gerais, onde pode ser encontrada em todo o Estado, adaptando-se a diversas condições ambientais e diversos tipos de solos. Esta espécie produz cerca de quatro toneladas de óleo por hectare. A soja, por exemplo, produz apenas meia tonelada de óleo na mesma área.

Além da produção de biodiesel, o óleo de macaúba também pode ser utilizado na indústria alimentícia e de cosméticos. A confecção de sabão com a macaúba é bastante comum nas comunidades rurais. Após a extração … Leia mais

Um olhar sobre as Epífitas

Jaqueline Dias Pereira

As epífitas são plantas que vivem sobre outras e, muitas vezes, são confundidas com plantas parasitas, mas elas não emitem estruturas haustoriais (parasitas), portanto, não são plantas parasitas. Não apresentam raízes em contato com o solo e obtêm seus recursos minerais a partir de resíduos ou detritos, como, por exemplo, a poeira que recai sobre si, além de obterem recursos hídricos, a partir da água da chuva e até gotículas de água dispersas no ar, possuindo assim, estruturas especializadas na captação desses recursos. As plantas que sustentam as epífitas sobre si são denominadas de forófitos. O grau em que a diversidade de epífitas numa floresta está diretamente ligada ao tipo de forófito ainda não está bem esclarecido, uma vez que devem ser considerados, em conjunto, os fatores microclimáticos.

Dentre as espécies vasculares (aquelas que apresentam tecidos de condução – xilema e floema), as epífitas contabilizam cerca de 10% com aproximadamente 25.000 espécies, distribuídas em 84 famílias. As famílias Bromeliaceae, Orchidaceae, Araceae e Polypodiaceae concentram a maior parte das espécies, aproximadamente 80%.  A abundância e a diversidade de epífitas são fortemente influenciadas pelas mudanças de condições ecológicas. As epífitas vasculares podem ser classificadas em quatro categorias ecológicas de acordo com os tipos de substratos usados, mecanismos de absorção de água e balanço de nutrientes, arquitetura da planta e relação com o forófito. Dessa forma, são denominadas holoepífitas características, habituais ou verdadeiras aquelas presentes principalmente em ambientes epidêndricos; facultativas, aquelas presentes tanto em ambientes epidêndricos como terrestres; acidentais, aquelas … Leia mais

O mundo no aquecimento global

Pierre Rafael Penteado

Aquecimento global é o aumento da temperatura média da superfície terrestre, que segundo o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) é causado principalmente pelo aumento da concentração de gases estufa (dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e clorofluorcarbonetos) na atmosfera, resultado de ações humanas como a queima de combustíveis fósseis e destruição de florestas.

O efeito estufa acontece quando parte da radiação solar é absorvida por gases que aprisionam o calor na atmosfera e consequentemente elevam a temperatura da superfície terrestre, de maneira análoga a uma estufa de cultivo de plantas. O que muitos não sabem, é que sem este efeito a média da temperatura global seria bem diferente, em torno de -18°C, muito abaixo da média em torno de 14°C atual, o que impossibilitaria a vida como a conhecemos.

Centros de pesquisas meteorológicos e climáticos espalhados ao longo do planeta, desde o século 1860, reportam que houve um aumento médio da temperatura em torno de 0,6°C ao longo do século XX. Medições feitas com a sonda espacial Pathfinder, da NASA, de 1981-1998, apontam que a temperatura da superfície terrestre aumentou numa taxa de 0,43°C por década. Entretanto, além de não poder medir mudanças na água e terras cobertas por gelo, fatores como nuvens e erupções vulcânicas poderiam influenciar na leitura exata realizada pelo satélite.

Mas e como os cientistas sabem como era o clima num passado distante?

Há vários indicadores usados, como anéis de troncos de árvores, corais, amostras da acumulação de gelo durante vários anos, … Leia mais

Uma espécie nova na panela

Rubens Pazza

Vez por outra você lê nos jornais, revistas e websites que cientistas descobriram uma nova espécie disso ou daquilo, não lê? Saiba que o que é publicado no jornal não passa da ponta de um “iceberg”, pois nosso desconhecimento sobre a biodiversidade ainda é muito grande. Mas o que afinal significa dizer que os cientistas descobriram uma nova espécie? Será que eles se embrenharam na Mata Amazônica e de repente toparam com uma planta nova, um animal novo?

Nem sempre que se fala da descoberta de uma nova espécie é porque ela era totalmente desconhecida. Muitas vezes você já havia até topado com ela, mas não imaginava que era algo diferente. Embora a metodologia possa variar um pouco dependendo com que organismo estamos lidando, o exemplo que vou utilizar, com peixes, reflete bem o modo como tudo acontece até virar notícia. No ano passado, um dos gigantes portais da web nacional publicou uma notícia sobre a descoberta de uma nova espécie de peixe de água doce, um cascudo da família dos loricariídeos encontrado em um afluente do Amazonas na Colômbia. Será que a descoberta de novas espécies de peixes são furo de reportagem ou a agência de notícias estava sem notícias para divulgar?

Se for o primeiro caso, eles estão perdendo muita notícia, pois revistas especializadas publicam novas espécies de peixes em todos os números. Por exemplo, a revista Neotropical Ichthyology, publicada pela Sociedade Brasileira de Ictiologia, publicou no ano de 2008 nada menos que 44 novas … Leia mais

Uma ciência para o futuro

Karine Frehner Kavalco

Genética se remete ao estudo das origens. As definições mais rudimentares a consideram a “teoria que explica a origem ou a produção dos seres, parte da biologia que estuda a origem e a transmissão hereditária dos caracteres e das propriedades dos seres vivos”. Atualmente consideramos que se trata do estudo da transferência de informação biológica de célula para célula, dos pais para os filhos, e assim, de geração em geração. A genética também trata da natureza química e física da própria informação.

Gregor Mendel (1822-1884) é considerado o pai da genética embora não a tenha chamado assim, tendo publicado seus experimentos com ervilhas (Pisum sativum) em 1866, realizados no jardim do Mosteiro de Altbrünn, Áustria. Estes trabalhos geraram o fundamento da genética atual, considerada contemporaneamente uma ciência de potenciais. Talvez as mais expressivas contribuições à consolidação da genética como ciência derivam de estudos que identificaram os componentes celulares físicos (biomoléculas) relacionados aos genes, e, portanto, à transmissão das características herdáveis. Embora a composição química do DNA já fosse conhecida, a descoberta da estrutura física bem como do mecanismo de sua replicação, pela dupla J. D. Watson e F. H. C. Crick, revolucionou o estudo da genética na década de 50.

Hoje, a genética oferece nuances diversas e vários horizontes para pesquisa. Começam a pipocar os estudos genômicos, onde todo o conteúdo genético dos organismos passa a ser investigado, bem diferente dos primeiros estudos onde cada gene ou grupo de genes era separadamente analisado. As aplicações dos … Leia mais